Executivo assume liderança global de advocacy da IATA com foco em regulação, sustentabilidade e competitividade do setor aéreo
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/09/2025, às 12h00
A Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA) nomeou Thomas Reynaert como vice-presidente sênior de Assuntos Externos, cargo em que assumirá a coordenação global das ações de advocacy da entidade a partir de Bruxelas, Bélgica.
Ex-IBM e fundador da Airlines for Europe (A4E), Reynaert terá como missão ampliar o diálogo com governos e reguladores em temas críticos como tributação do setor aéreo, emissões líquidas zero até 2050, gestão de slots aeroportuários e direitos dos passageiros, reforçando o papel estratégico da IATA na representação de cerca de 300 companhias aéreas responsáveis por mais de 80% do tráfego mundial.
Antes de assumir a função na IATA, Reynaert foi vice-presidente de Assuntos Governamentais e Regulatórios da IBM para Europa, Oriente Médio e África, cargo que ocupava desde 2023. Entre 2016 e 2023, comandou a Airlines for Europe (A4E) como diretor-geral fundador, conduzindo a organização na interlocução com governos e reguladores em defesa dos interesses das companhias aéreas europeias.
Sua experiência inclui ainda sete anos na United Technologies, onde atuou como presidente de Operações Internacionais na Europa, com foco em relações institucionais no setor aeroespacial.
De acordo com Willie Walsh, diretor-geral da IATA, a nomeação reflete a necessidade de intensificar o diálogo com governos e reguladores. “É fundamental que os governos compreendam o valor que a aviação gera e os desafios que as companhias aéreas enfrentam ao conectar pessoas e economias”, afirmou.
Apesar da base em Bruxelas e do foco inicial em questões da União Europeia, Reynaert terá responsabilidade global, liderando equipes também em Washington e junto à Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO).
O novo vice-presidente reforçou que pretende trabalhar para construir um ambiente regulatório mais produtivo. Entre os desafios apontados estão a pressão tributária sobre o setor, a meta de alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050 e a fragmentação de padrões regulatórios em áreas como gestão de slots aeroportuários e direitos dos passageiros.
“As companhias aéreas transportam anualmente cinco bilhões de pessoas e movimentam 3,2% do PIB mundial. Garantir que isso ocorra de forma segura, eficiente e sustentável é essencial para a economia global”, disse Reynaert.
O anúncio ocorre em um momento em que a IATA intensifica seu papel de representação internacional em temas regulatórios e ambientais. A entidade, que reúne cerca de 300 companhias aéreas responsáveis por mais de 80% do tráfego global, atua como interlocutora junto a governos, organismos multilaterais e blocos econômicos para defender a harmonização de regras e a redução de barreiras que impactam o transporte aéreo.
A expectativa é o executivo contribua para alinhar interesses de companhias aéreas em diferentes regiões e enfrentar os desafios de competitividade, sustentabilidade e integração regulatória que marcam o setor.