Entidade busca ação coordenada entre países para retomada do serviço regular de transporte de passageiros
Por Gabriel Benevides Publicado em 18/04/2020, às 16h30 - Atualizado às 20h23
IATA teme que falta de um plano conjunto coloque em risco sobrevivência das empresas aéreas da América Latina
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) reforçou o pedindo aos governos latino-americanos que seja feita uma coordenação, com o melhor alinhamento possível, durante a retomada do serviço aéreo na região.
O objetivo é alinhar os procedimentos e protocolos durante a reabertura de fronteiras, visto que um esforço descoordenado poderá dificultar ainda as companhias aéreas. A expectativa de diversos órgãos de aviação é que o processo de normalização do transporte aéreo poderá consumir mais de seis meses.
Responsável por representar 290 companhias em todo o mundo, a IATA afirma ter alcançado governos de todos os continentes para pedir apoio as medidas sincronizadas, permitindo que o setor aéreo retorne de maneira ordenada quando houve a volta da demanda por viagens aéreas.
“Estamos trabalhando com os governos para garantir que a reinicialização seja bem coordenadas, alinhadas e que as suas comunicações sejam claras. É um passo fundamental se quisermos incentivar os consumidores a voarem, tornando um grande desafio no começo”, disse Peter Cerda, vice-presidente regional da IATA para as Américas.
Segundo a associação, cerca de 80% do tráfego aéreo se encontra parado em algumas regiões onde a indústria da aviação é vital para conectar grandes centros populacionais, o que acabou afetando diretamente parte da vida cotidiana e bem-estar econômico de alguns países. Dados da agencia de auditoria Cirium mostra que 64% da frota global de aviões comerciais esteve no chão durante a segunda semana de abril.
Governos da Argentina, Peru, Panamá e México ainda não elaboraram um plano emergêncial para retorno da aviação regular
“O setor tem um enorme impacto direto e indireto em muitas esferas da vida. Não se trata do resgate financeiro de companhias aéreas, mas de ajudar o setor (companhias aéreas, aeroportos, agentes, qualquer pessoa da cadeia do setor), causando grandes implicações na América Latina e Caribe”, disse Cerda.
A IATA afirma que o setor de aviação é responsável por empregar cerca de 7,2 milhões de pessoas apenas nos países latinos-americanos, injetando anualmente cerca de US$ 167 bilhões ao produto interno bruto na região.
A entidade aponta que países como a Argentina, Peru, Panamá e México ainda não elaboraram informações sobre como irão reiniciar as operações aéreas, mesmo sendo considerados mercados de extrema importância para a América Latina. Dados da associação estimam que o impacto financeiro negativo do coronavírus sobre as companhias aéreas da região ultrapassará os US$ 18 bilhões, representando um declínio de 49% em relação a 2019.