Plano de diminuição dos voos no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, era contestado pela União Europeia e EUA
Por Wesley Lichmann Publicado em 16/11/2023, às 11h40
O governo holandês suspendeu anteontem (14), o plano provisório para diminuir o número de voos no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, após pressões dos Estados Unidos e da União Europeia.
A decisão foi apresentada pelo Ministério dos Transportes em uma carta no parlamento, e ocorre depois de questionamentos do governo norte-americano, que poderia restringir o acesso das companhias aéreas holandesas no maior mercado de aviação do mundo.
Bruxelas e a administração Joe Biden manifestaram sérias preocupações sobre a limitação. Segundo o Departamento de Transportes dos Estados Unidos (DOT, na sigla em inglês), a redução da capacidade, violaria o acordo bilateral firmado com a União Europeia.
A medida que entraria em vigor no segundo trimestre de 2024, reduziria as autorizações de pousos e decolagens (slots) de 500.000 para 452.500 por ano. A restrição pretendia combater a poluição sonora e as emissões de dióxido de nitrôgenio.
A Royal Schiphol Group, empresa responsável pela a administração do aeroporto, declara que está "decepcionada com os acontecimentos recentes, já que os residentes locais estão sofrendo com a situação".
O arquivamento da proposta beneficia toda indústria aérea, incluindo um grupo de empresas liderados pela KLM, principal operadora de Schiphol, além da jetBlue que poderá consolidar seus serviços transatlânticos.
Em comunicado, a KLM diz que "está satisfeita com o facto de o governo holandês ter decidido suspender a regra experimental para o próximo ano. É um passo importante para evitar retaliações e continuar voando para os EUA".
No ano passado, Schiphol movimentou 52.472.188 de passageiros, enquanto o número de pousos e decolagens no período totalizou 422.307 aeronaves, ocupando respectivamente a 13ª e 11ª entre os mais movimentados do mundo.