Com restrições impostas nas operações de aeronaves à reação, Gol fecha base de Fernando de Noronha
Por Wesley Lichmann Publicado em 16/03/2023, às 11h33
A Gol Linhas Aéreas fechou na segunda-feira (13), a base de Fernando de Noronha e demitiu os cinco funcionários que ainda trabalhavam na ilha. A companhia não opera no arquipélago desde outubro do ano passado, quando a Agência de Aviação Civil (ANAC) publicou uma medida cautelar proibindo as operações de aeronaves à reação no aeroporto.
A medida preventiva foi adotada em razão das condições operacionais da pista, que apresenta degradação de trechos do asfalto, impossibilitando pousos e decolagens de aeronaves turbojato.
Segundo a ANAC, desde 2019 as irregularidades na pista são registradas. Um plano de recuperação foi apresentado, mas até setembro de 2022, o operador do aeródromo ainda não havia realizado a restauração do pavimento, apenas intervenções paliativas.
Os serviços de revitalização da pista do aeroporto de Fernando de Noronha são de responsabilidade do governo estadual. No ano passado, a gestão anterior informou que as obras seriam executadas no prazo de até um ano, com previsão de entrega no último trimestre de 2023.
Com a restrição, a Gol ficou impossibilitada de realizar seus voos regulares para o arquipélago pernambucano, já que sua frota é composta exclusivamente por aeronaves turbojato Boeing 737.
Na data da publicação da normativa, a Gol comunicou que só retornaria suas operações após a conclusão das obras e consequente autorização da agência reguladora, que garantiriam a segurança de seus passageiros, tripulantes e operações aéreas.
Sem operação com aeronaves próprias, a companhia atende a ilha por meio da parceria com a Voepass, que serve a ilha desde o último mês de janeiro. Os voos com origem em Recife são realizados duas vezes por dia com os ATR 72 configurados para até 68 passageiros.
Além da Voepass, a Azul também disponibiliza a ligação direta entre Fernando de Noronha e a capital pernambucana. A companhia oferece seis frequências diárias entre Recife e o arquipélago. O serviço é operado com aeronaves ATR 72-600.
A Azul foi outra empressa afetada pelos problemas identificados na pista principal do aerodrómo de Fernando de Noronha, já que os voos para Recife e a nova rota para Congonhas, em São Paulo, eram realizadas com aviões da Embraer, incluindo a mais recente versão da família E-jet, o E195-E2.
Até a presente data, nenhuma intervenção necessária foi concluída para a segurança das operações com aeronaves turbofan em Fernando de Noronha.