Gigantes A340-600 se despedem da frota da Iberia

Pandemia forçou a empresa espanhola antecipar em cinco anos a retirada de serviço dos quadrimotores

Por Gabriel Benevides Publicado em 22/06/2020, às 15h38 - Atualizado às 17h28

Iberia anuncia aposentadoria dos Airbus A340-600, outrora o orgulho da frota | Foto: Gabriel Benevides

A espanhola Iberia confirmou a aposentadoria dos seus 14 Airbus A340-600, encerrando assim de forma prematura a carreira dos quadrimotores no mercado europeu. Originalmente a empresa planejava retirar o modelo de serviço em meados de 2025, mas foi obrigada a antecipar o processo após a pandemia que paralisou quase completamente os voos na Europa.

Com a decisão, os A340 aposentados deverão ser substituídos pelo A350-900, aeronave bimotora mais eficiente e com menor custo operacional, que oferece capacidade semelhante ao irmão mais velho.

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A Iberia havia se tornando uma das últimas operadoras do A340-600 na Europa, já que a inglesa Virgin Atlantic já havia aposentado o modelo no início deste ano. A maior variante da família A340 foi lançada no início dos anos 2000, como uma resposta a aposentadoria de modelos pouco eficientes na época, com destaque para os 747-200 e 747-300, assim como os DC-10 e L-1011. Na Iberia o modelo substituiu justamente os veteranos 747-300, alguns inclusive oriundos da Varig.

Curiosamente o A340 foi uma das aeronaves de menor sucesso da Airbus, ainda que tenha tido quatro variantes com as séries -200,-300,-500 e 600, a Airbus entregou apenas 377 unidades ao longo dos 15 anos de produção do quadrijato, enquanto sua versão bimotora, o A330 acumulou mais de 1.400 entregas.

Um dos destaques da família A330/340 é ambos os modelos serem basicamente o mesmo avião, inclusive com as mesmas asas, mudando apenas configurações pontuais entre a versão bimotora e quadrimotora.

Família A340 encontrou novo mercado entre as operadoras de voos fretados, como a Plus Ultra | Foto: Gabriel Benevides

Apesar de muitos A340 estarem sendo retirados de serviço de maneira acelerada, parte desses aviões tiveram uma segunda chance em empresas especializadas em voos charter como Plus Ultra, Hifly e a Maleth Aero, mercado que atualmente está tendo uma maior demanda, muito por conta do alto índice de voos de repatriamento.

A Lufthansa, a última operadora do A340-600 na Europa, mantém seus 17 aviões do tipo armazenados, mas acredita que apenas dez deles poderão retornar ao serviço ativo após a normalização das operações, previstas para ocorrer em um intervalo de até 18 meses.

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