Estruturas do A380 deverão percorrer 500 km até chegar a linha de montagem final, encerrando assim a história do gigante da Airbus
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 11/06/2020, às 16h00 - Atualizado às 19h28
Componentes principal da fuselagem do A380 iniciam a longa jornada por terra até a linha de produção final em Toulouse
As últimas seções da fuselagem do A380 deixaram esta semana as instalações da Airbus em Saint-Nazaire, no oeste da França, com destino a montagem final em Toulouse. Considerado um importante programa para a indústria local francesa, o Super Jumbo deverá ter sua última unidade entregue no início de 2021.
As enormes seções da fuselagem da unidade MSN272 foram acondicionadas sobres carretas especiais, para realizar a última viagem do A380 por via terrestre. O trajeto que exigia constantes bloqueios rodoviários desde 2004, será agora uma memória para os moradores das cidades entre Saint-Nazaire e Toulouse.
Os conjuntos principais da fuselagem do A380 percorriam quase 500 quilômetros entre a unidade de Montoir-de-Bretagne e a linha de produção final, realizando parte do trajeto por terra e posteriormente embarcando em um navio especial, no porto de Saint Nazaire. Após um trajeto marítimo os componentes desembarcam em Pauillac, para serem alocados em uma balsa fluvial, navegando pelo rio Gironde, até a cidade de Langon. Após deixarem a balsa retornam para carretas, realizando a viagem final até os arredores de Blagnac, próximo a Toulouse.
Ainda que seja uma distância relativamente curta, para os padrões brasileiros, a viagem deverá durar vinte dias, com os componentes chegando na fábrica da Airbus no dia 25 de junho. Parte do processo é bastante lento, pela complexidade da operação e o enorme volume das peças.
O A380 deixará de ser produzido apenas 14 anos após ter entrado em operação, pela Singapore Airlines, que introduziu o modelo nos voos para Sydney em outubro de 2007. O gigante da Airbus enfrentou a forte crise econômica de 2008 e o surgimento de bimotores que oferecem maior eficiência no consumo e menores custos operacionais. O último exemplar será entregue para a Emirates Airlines, a maior operadora do modelo, mas que também planeja uma desativação gradual da frota ao longo da próxima década.