Spirit AeroSystems reduziu projeção anual de entregas da fuselagem do Boeing 737 MAX
Por Wesley Lichmann Publicado em 01/11/2023, às 10h20
A Spirit AeroSystems reduziu hoje (1), sua previsão de entregas anuais da fuselagem do Boeing 737 MAX, em meio aos problemas de qualidade que afetam o ritmo de produção do avião de fuselagem estreita.
Uma das principais fornecedoras aeroespaciais, a Spirit AeroSystems estima entregar entre 345 a 360 fuselagens do Boeing 737 durante o ano inteiro de 2023, frente previsão anterior de 370 a 390 unidades.
A redução da meta forçou a empresa a aumentar seu consumo de caixa previsto para o ano, de US$ 200 milhões a US$ 250 milhões, para até US$ 325 milhões, enquanto a escassez na cadeia de suprimentos e um novo contrato trabalhista pressionaram a produção.
A Spirit reportou prejuízo de US$ 204 milhões no terceiro trimestre, alta de 60% em relação as perdas de US$ 128 milhões registradas no mesmo período do ano passado.
As receitas totalizaram US$ 1,4 bilhões, crescimento de 13% frente um ano antes. O consumo de caixa da empresa cresceu 86,3% na comparação anual, para US$ 136 milhões.
Boeing e Spirit intensificaram no mês passado o escopo das inspenções na fuselagem do 737 MAX, depois que furos de fixação fora das especificações foram identificados na antepara traseira da aeronave. A falha de qualidade tem afetado as entregas do jato.
A Boeing reduziu na semana passada a metas de entregas anuais do MAX, de 400 a 450 aviões, para 375 a 400 unidades e estima que 70 a 80 novos Dreamliners serão entregues em 2023.
Para estabilizar o ritmo de produção e aumentar as entregas, as empresas assinaram um acordo que prevê a reestruturação dos contratos do MAX e Dreamliner, além de um aporte financeiro realizado pela Boeing de US$ 100 milhões.
"Nossa prioridade é fortalecer financeiramente a Spirit. A assinatura do memorando de acordo com a Boeing foi um passo importante. Paralelamente, a equipe da Spirit está focada em cumprir os compromissos com nossos clientes, melhorando o desempenho operacional e as conversas comerciais com a Airbus", disse Pat. Shanahan, presidente e CEO da Spirit AeroSystems.