Aeronaves da marinha real e dos fuzileiros navais dos EUA estão voando juntas em manobra da Otan
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 24/09/2020, às 15h00 - Atualizado às 16h19
Porta-aviões HMS Queen Elizabeth recebeu o maior número de aeronaves embarcadas em um navio britânico desde 1983
A Real Marinha Britânica (Royal Navy) embarcou quatorze caças F-35B no recém-lançado por aviões HSM Queen Elizabeth, que está realizando exercícios combinados com os Estados Unidos e ruma para o Mar do Norte.
Esse é o maior número de aeronaves embarcadas no navio desde que a Royal Navy passou a empregar sua nova Nau Capitania, que ainda dispõem de oito helicópteros multimissão Merlin. A última vez que um total de 22 aeronaves foi embarcada em um navio britânico foi em 1983, com HMS Hermes em 1983.
No exercício de grupo deste mês, o HMS Queen Elizabeth terá a companhia de sete contratorpedeiros, fragatas e outras embarcações auxiliares da Marinha Real, liderando um Carrier Strike Group conjunto com forças da Otan.
Dois esquadrões de F-35B foram embarcados, o esquadrão 617 da RAF, os famosos The Dambusters, e o VMFA-211, dos fuzileiros navais dos Estados Unidos (US Marines Corp). Em nota a Royal Navy afirma que a força tarefa será colocada à prova na costa nordeste da Escócia, como parte do Joint Warrior, o maior exercício anual da Otan na região.
“O HMS Queen Elizabeth estará operando com o maior grupo aéreo de caças de quinta geração embarcados em qualquer lugar do mundo”, destacou o Comodoro Steve Moorhouse, comandante da força tarefa. “Liderado pela Royal Navy e apoiado pelos nossos aliados mais próximos, este novo Carrier Strike Group dá força real à Otan e envia um sinal claro de que o Reino Unido leva a sério o seu papel global”.
A manobra ocorre em um momento que os britânicos lutam para manter o orçamento militar, em paralelo aos desdobramentos da saída do Reino Unido da União Europeia, após o Brexit. A marinha inglesa, outrora dominante nos mares do planeta, trabalha para manter suas capacidades diante de possível cortes orçamentários.
A manobra ao lado dos militares norte-americano deverá fornecer detalhes operacionais importantes para Royal Navy. “Vamos aprender muito operando F-35B no mar com os fuzileiros navais dos Estados Unidos, eles operam os têm há mais tempo e podemos compartilhar ideias e práticas”, disse o capitão James Blackmore, o comandante do Carrier Air Wing britânico. “Esta é a aliança transatlântica, demonstrando que dois aliados próximos não só podem voar nos porta-aviões um do outro, mas podem lutar lado a lado se for necessário. Este nível de integração oferece uma flexibilidade decisiva em tempos de crise, conflito ou guerra”.
O HMS Queen Elizabeth é o primeiro de dois porta-aviões de nova geração do Reino Unido, com 65.000 toneladas de deslocamento e transportando 1.680 marinheiros, aviadores e fuzileiros navais. A força tarefa deverá deve retornar ao porto de origem, em Portsmouth, no próximo mês.