Veterano bombardeiro receberá componentes feitos em modernas impressoras aditivas
Por Gabriel Benevides Publicado em 17/08/2020, às 09h35 - Atualizado às 11h12
Com oito motores e 76 aviões em serviço, o B-52 é um dos aviões mais caros de manter no arsenal da USAF
A força aérea dos EUA (USAF) criou a primeira peça 3D destinada a um motor a jato, destinado ao veterano bombardeiro B-52 Stratofortress, que acumulam mais de 60 anos de serviço ativo.
A peça impressa em 3D se trata de uma gaxeta anticongelante do motor Pratt & Whitney TF33-P103. O motor está fora de linha há várias décadas e a cada dia traz para a USAF o desafio de manter os bombardeiros em serviço pela falta de algumas peças de reposição, que são produzidas sob demanda e com valor extremamente elevado.
O uso de impressão 3D é visto como uma solução temporária, até a definição dos novos motores que devem equipar os bombardeiros. A expectativa é definir em breve o novo fornecedor dos motores, que devem ser derivados de modelos utilizados na aviação de negócios, por terem peso e potência similares aos antiquados TF33-P103.
Imprimir peças em 3D se tornou uma ótima oportunidade para economizar custos, já que componentes de aviões militares geralmente possuem alto valor de aquisição, especialmente por se tratarem de peças de motores há décadas descontinuados.
Uma alternativa mais barata é a canibalização, mas que vai na contramão dos planos da força aérea dos Estados Unidos que pretendem operar os B-52 até meedos do século 21, após a instalação dos novos motores. Acredita-se que o bombardeiro multimotor poderá ser o primeiro avião a voar por mais de 90 anos ininterruptos, podendo inclusive estar em serviço até meados de 2060, quando completará incríveis 100 anos.
No caso das gaxetas impressas, os engenheiros da força aérea precisaram fazer engenharia reversa para elaborar as novas peças. Até o momento, somente 30 unidades foram impressas, mas por se tratar de um avião que possui oito motores e 76 unidades em serviço na frota, esse número poderá ser maior.