Falha no sistema de bombas de combustível do Boeing 727 pode ser fatal

Autoridades dos Estados Unidos pedem revisão do projeto e Boeing questiona viabilidade das alterações

Por Gabriel Benevides Publicado em 06/01/2020, às 12h00 - Atualizado às 15h48

Potencial falha no tanque de combustível do Boeing 727 pode gerar acidente fatal

Para muitos o ano de 2019 não foi fácil e a Boeing sabe disso muito bem. Além dos problemas com o 737 MAX, a fabricante encerrou o ano com mais um problema para resolver. A agência reguladora de aviação civil dos Estados Unidos (FAA) exigiu uma modificação de segurança no trimotor 727.

A exigência recai sobre alguns aviões equipados com tanques de combustível auxiliares. O sistema que indica a quantidade de combustível no tanque pode gerar um curto circuito, resultando em uma explosão fatal.

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A FAA solicitou a modificação do sistema nos próximos 12 meses, mas para a surpresa da agencia, a Boeing se recusou a realizar tais modificações alegando que a frota de global de 727 continua a diminuir e que a proposta da FAA só trará custos desnecessários. A empresa alega que a idade avançada dos poucos 727 em operação fará com que os aviões sejam desativados nos próximos anos, com a alteração proposta não contribuindo para a segurança aérea. Além disso, afirma que o prazo para as modificações é curto.

Boeing 727 foi popular até meados dos anos 2000, quando frota começou a reduzir anualmente

Mesmos com os apelos da Boeing, a FAA recusou-se a retirar a diretiva que entra em vigor no dia 4 de fevereiro. Um artigo publicado pelo periódico aeronáutico inglês Flight Global, relata que o sistema indicador de combustível do 727 é muito semelhante ao que existia na frota de 747-100, como o avião da TWA, que explodiu no ar em 1996, matando todos os 230 passageiros e tripulantes.

Atualmente a frota global de 727 voa apenas em mercados secundários, atendendo serviços de cargas ou pontualmente transporte executivo. O trijato já foi um dos mais populares modelos da aviação comercial, mas desde meados dos anos 2000 passou a ser substituído por aeronaves mais novas, como as famílias 737 NG e Airbus A320.

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