Ex-piloto da Boeing pode ser processado por mentir sobre o 737 MAX

Mark Forkner é acusado de beneficiar a fabricante e a si mesmo

Marcel Cardoso Publicado em 17/09/2021, às 07h35 - Atualizado em 18/09/2021, às 15h18

Acidentes com aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines vitimaram 346 pessoas - Foto: Divulgação

Promotores federais dos Estados Unidos planejam entrar com uma ação criminal contra o ex-piloto da Boeing, Mark Forkner, segundo o The Wall Street Journal.

A suspeita é de que ele teria enganado reguladores de aviação do país sobre questões de segurança que foram determinantes pelos dois acidentes fatais envolvendo o 737 MAX, entre 2018 e 2019.

Forkner foi a principal ponte entre a fabricante e a Administração Federal de Aviação (FAA) sobre o modo pela qual os pilotos deveriam ser treinados para operar o novo jato. No início do ano, a Boeing admitiu que dois de seus funcionários conspiraram para mentir ao órgão sobre detalhes do treinamento do modelo, para benefício próprio e da empresa.

A publicação não informou quais acusações o ex-piloto teria de enfrentar.

Truques mentais jedi

Entre os fatos que pensam contra a Boeing está um processo de dissuadir as empresas aéreas de realizar um treinamento adicionar em simulador para os pilotos do 737 Newt Generation que iriam voar os 737 MAX. Uma das alegações era a completa similaridade entre as duas gerações, além do custo adicional envolvido.

Em trocas de mensagens formais, funcionários criam artimanhas para burlar os agentes reguladores, incluindo a afirmação de uso de “truques mentais jedi”, em alusão aos filmes de Star Wars. Outro funcionário escreve que “Não fui perdoado por Deus pelo encobrimento que fiz ontem à noite”, se referindo possivelmente aos testes do 737 MAX.

Em outra troca de mensagens com uma empresa aérea, a Boeing afirma que a realização de seções de simulador vai acarretar na geração de novos custos. “Um requisito de treinamento em simulador seria bastante oneroso para sua operação”, advertiu um e-mail da Boeing.

Na ocasião do vazamento dos documentos a Boeing afirmou não ter encontrado nenhum encobrimento da necessidade de seções de treinamento dedicadas ao 737 MAX, mas afirmou que a linguagem e sentimentos expressos nos e-mails eram inaceitáveis.

 

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