Erro de piloto pode ter causado acidente com Boeing 737 da Jeju Air

Relatório preliminar aponta erro de piloto como causa do acidente da Jeju Air. Desligamento incorreto de motor levou à queda do Boeing 737-800 em Muan

Por Marcel Cardoso Publicado em 22/07/2025, às 14h57

Desligamento incorreto de motor após colisão com aves causou perda de potência e queda de Boeing 737-800 da Jeju Air, diz relatório preliminar - Agência Yonhap

O desligamento incorreto de motor por parte de um dos pilotos pode ter sido a causa principal do acidente envolvendo um Boeing 737-800 da Jeju Air que matou 179 pessoas em 29 de dezembro de 2024, durante pouso no aeroporto internacional de Muan, na Coreia do Sul.

A conclusão consta no relatório preliminar divulgado hoje (22), pela Comissão de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários do país.

Segundo o órgão, o Boeing 737-800 atingiu aves durante a aproximação, danificando gravemente o motor direito. No entanto, o capitão teria ordenado o desligamento do motor número dois e ativado o extintor de incêndio no motor esquerdo — que não apresentava falhas —, levando à perda total de potência e ao subsequente impacto da aeronave contra uma barreira de concreto além da pista.

As gravações da cabine e os dados de voo confirmam que o erro ocorreu sob alta pressão. O motor esquerdo, em boas condições antes da falha, foi desativado erroneamente. Já o motor direito, afetado pela colisão com aves, deixou de funcionar por dano mecânico. A aeronave não teve capacidade de sustentar voo e não houve acionamento do trem de pouso antes do impacto.

Durante reunião realizada no último sábado (19), com os familiares das vítimas, a comissão de investigação apresentou suas conclusões, que foram amplamente rejeitadas. Representantes das famílias criticaram a ênfase no erro humano e exigiram acesso integral aos dados do gravador de voo e de voz da cabine, ainda não divulgados pela comissão.

A pressão levou à suspensão da conferência de imprensa e à retirada do comunicado oficial pelo órgão. A Associação de Pilotos da Aviação Civil da Coreia também se manifestou contra o relatório, alegando que ele desconsidera falhas sistêmicas, como a possível negligência da Korea Airports Corporation e de autoridades aeronáuticas, atualmente sob investigação policial.

Apesar da contestação, fontes próximas à investigação sustentam que os dados sustentam a tese do erro do piloto. A análise continuará, com foco em protocolos de treinamento e resposta a emergências. O relatório final ainda não tem data de divulgação.

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