Após erro de operação do piloto um MV-22 Osprey caiu na Noruega, matando todos os ocupantes
Por André Magalhães Publicado em 17/08/2022, às 08h45 - Atualizado às 08h48
O acidente com um MV-22 Osprey, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, que ocorreu na Noruega em março deste ano, teve como causa uma falha do piloto. Segundo a investigação oficial da 2ª Ala de Aeronaves Marítimas (MAW), a causa principal foi um desvio do voo pré-planejado, quando a aeronave entrou inadvertidamente no Vale de Gråtådalen.
A queda da aeronave matou os quatro tripulantes a bordo: capitão Matthew J. Tomkiewicz, comandante da aeronave; Cap. Ross A. Reynolds, o co-piloto; Sargento de artilharia James W. Speedy, o observador aéreo; e Cpl. Jacob M. Moore, o chefe da equipe.
"A investigação concluiu que a causa do acidente aéreo foi um erro do piloto. Erro do piloto é o termo técnico que descreve uma situação em que as entradas do piloto, ou a falta de entradas apropriadas, feitas nos controles ou sistemas da aeronave foram um fator causal, contribuindo diretamente para o acidente", afirmou a nota
O MV-22 Osprey estava participando do exercício Cold Response 22, um treinamento militar que conta com a participação de 25 países aliados e parceiros da Otan.
A nota oficial também destacou cinco fatores, que de acordo com a investigação, foi apontado como situações casuais ou contribuintes: fatores climáticos e ambientais; procedimentos para treinamento em baixa altitude; erros na documentação de manutenção; inexperiência em ambientes montanhosos; e uso de dispositivos de gravação.
Também foi publicado um resumo dos acontecimentos com o MV-22B Osprey no dia 18 de março, veja na integra abaixo:
A aeronave e a tripulação partiram de Bodø, Noruega, em um voo de treinamento em apoio ao Exercício Cold Response 2022. Eles retornaram à base para abastecer sem incidentes e após realizar voos de familiarização em local de pousos em áreas confinadas. Após o reabastecimento a tripulação partiu em um plano de voo aprovado em condições claras ao sul de Bodø. No entanto, a tripulação e a aeronave se desviaram do voo pré-planejado e autorizado e entraram no Vale de Gråtådalen aproximadamente às 16h22 local. Estima-se que a aeronave tenha impactado o lado leste do vale aproximadamente às 16h23 local. A investigação concluiu, evidentemente, que o acidente foi resultado de uma série de manobras realizadas a baixa altitude, através do vale de Gråtådalen, que excederam o ângulo de inclinação máximo para um MV-22B Osprey, o que causou uma perda de altitude e velocidade. O espaço de manobra da qual a tripulação e a aeronave não conseguiram se recuperar. Especificamente a análise dos dados recuperados da aeronave mostra que enquanto manobrava dentro do vale, [o Osprey] fez uma curva à esquerda em um ângulo de inclinação de 68 graus. A inclinação da curva resultou na perda de velocidade e altitude, seguida por uma manobra sobrecorrigida com uma curva à direita superior aos 80 graus, da qual a aeronave não conseguiu se recuperar. O Manual de Padronização de Procedimentos Operacionais e Treinamento Aéreo Naval afirma que o limite para o ângulo de inclinação em um Osprey MV-22B é de 60 graus. Não se sabe qual piloto tinha o controle da aeronave no momento [do acidente]. A análise dos dados recuperados da aeronave mostra que a aeronave, enquanto manobrava dentro do vale, fez uma curva à esquerda em um ângulo de inclinação de 68 graus", detalha o relatório.