Medida estabelece grau de igualdade ao tratamento que a China proporciona as empresas norte-americanas
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 03/06/2020, às 16h10 - Atualizado às 16h25
Empresas chinesas mantinham voos regulares para os Estados Unidos mesmo após pandemia
Em meio as tensões políticas o presidente Donald Trump proibiu hoje (3) que as empresas aéreas chinesas voem para os Estados Unidos a partir do dia 16 de junho. A medida anunciada pelo Departamento de Transportes (DoT, na sigla em inglês) penaliza a China por não cumprir um acordo existente sobre voos entre os dois países.
A proibição atinge a Air China, China Eastern Airlines, Sichuan Airlines, China Southern Airlines e Xiamen Airlines. A medida é uma resposta as restrições chinesas em relação as companhias aéreas dos Estados Unidos, que continuam enfrentando uma série de restrições para voar para a China.
Desde o início da pandemia as companhias aéreas chinesas mantiveram operação regular para os Estados Unidos, ainda que apresentando drástica redução nas frequências devido à queda na demanda. Entretanto, as empresas norte-americanas foram impedidas por Pequim de manter uma operação regular com destino a China. A Delta Air Lines, em comunicado, apoiou as ações do governo dos Estados Unidos “para fazer valer nossos direitos e garantir a justiça”, afirma. Atualmente a Delta e a United Airlines mantém apenas voos cargueiros para a China, que operam com uma ampla série de restrições, inclusive de permanência em solo.
O documento emitido pelo Departamento de Transportes manterá as restrições de voos como equidade de tratamento chinês. “[o governo chinês] efetivamente impede as transportadoras americanas de restabelecerem voos regulares de passageiros para a China", afirmou o DoT. Em comunicado em separado, as autoridades norte-americanas afirmaram que as restrições serão mantidas enquanto durarem os bloqueios chineses. "Permitiremos que as transportadoras chinesas operem o mesmo número de voos programados que o governo chinês permite as nossas empresas", afirmou o DoT.
As normas incluem ainda voos fretados, que estavam sendo programados pelas companhias aéreas da China, muitos realizando voos de repatriação de cidadãos que moram ou estudam nos Estados Unidos.