Com 118 aviões do modelo na frota, a empresa aposta nos diferencias de conforto como atrativos para o Super Jumbo
Por Gabriel Benevides Publicado em 12/02/2021, às 14h00 - Atualizado às 14h38
Emirates deverá manter o A380 em serviço apostando no maior conforto a bordo
Antes da crise do coronavírus a permanência do A380 já estava sendo discutida por parte das empresas aéreas que tinham o Super Jumbo em suas frotas. Havia questionamentos sobre até quando seria rentável manter o quadrimotor em operação de forma rentável.
Com o avanço da crise da pandemia de covid-19 o cenário da aviação mudou radicalmente, restando a antecipação da aposentadoria do gigante da Airbus para diversos operadores. Além disso, existe incertezas quanto a permanência do avião em empresas como a Lufthansa.
Para a Emirates Airline, maior operadora do A380, com impressionante 118 aeronaves na frota, ainda existe o plano de continuar apostando na capacidade e qualidade da cabine do Super Jumbo.
Com uma cabine sem igual no mercado e opções de configurações diversas, permitindo instalação de confortáveis suíte de primeira classe, o avião se destaca especialmente nas operações de longo curso. Assim, a Emirates deseja manter a icônica aeronave em serviço pelo menos até meados de 2030.
Durante a conferência da CAPA, realizada de forma remota no dia 10 de fevereiro, o CEO da Emirates, Tim Clark, afirmou que projeta a permanência do A380 da frota da companhia aérea ao menos até o final da década. Por ora, a aeronave atende as necessidades da empresa e oferece um nível de serviços superior, permitindo melhores condições para disputar a preferência de passageiros em todo o mundo.
A partir de 2030, os jatos serão substituídos gradualmente pelos Boeing 777-9, 787 e Airbus A350. O período coincide com o intervalo médio de substituição e modernização da frota da Emirates, que normalmente uma aeronave voa em média por dez anos.
“Com o Boeing 777X substituindo gradualmente os A380, que eventualmente irão se aposentar, teremos uma rede mais enxuta, com consumo eficiente de combustível e ecologicamente correta”, disse Tim Clark, CEO da Emirates.
Uma de suas maiores rivais no Golfo, a Qatar Airways, seguiu no caminho inverso, afirmando que é pouco provável a manutenção do A380 na frota no médio prazo. A companhia espera modernizar sua frota com os Airbus A350, da qual é a maior operadora do mundo, e os Boeing 787. Embora consideravelmente menores em capacidade, os bimotores oferecem custos operacionais menores e maior flexibilidade de uso.
Segundo Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, manter o quadrijato em operação significa uma das piores escolhas em termos sustentabilidade e eficiência operacional, especialmente diante das opções de aviões bimotores de última geração. Na visão do executivo os A35 0e 787, por exemplo, podem atender a mesma demanda de maneira mais eficiente em termos operacionais e com custos menores, mesmo exigindo mais de um voo para oferecer a mesma capacidade. Além disso, a empresa tem comentado sobre a maior emissão de poluentes do A380, justificado por seu maior porte e o uso de quatro motores.
Ainda assim, a Emirates continua acreditando no seu maior avião, tanto que anunciou recentemente uma nova Premium Economy como principal pilar para manter o Super Jumbo europeu por mais alguns anos na frota, fazendo dos serviços e diferenciais de conforto sua principal aposta.
“Estamos tentando estabelecer quantos A380 de nossa frota podemos colocar na conversão. Para ser bastante honesto, estamos absolutamente chocados com a demanda pela Premium Economy assentos – as pessoas têm clamado para entrar neles”, afirmou Clark.