Expectativa é que anuncio envolva projeto na aviação comercial
Por Gabriel Benevides e Edmundo Ubiratan Publicado em 23/03/2021, às 17h00 - Atualizado às 17h38
Futuro projeto da Embraer dependerá de uma parceria em estudos
A Embraer pode estar em busca de parcerias para desenvolver novos produtos, visando uma redução de custos e riscos. A estratégia de adotar uma sociedade é comum na indústria aeronáutica, especialmente em segmentos específicos, como turbo-hélices.
Ainda que sem apresentar detalhes, o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse em entrevista à agência Reuters, que trabalha ativamente em novas parcerias de desenvolvimento de produtos e espera fazer anunciar em breve as novidades.
Mesmo sem dar detalhes específicos sobre quais seriam os modelos ou segmentos criados em parceria, a expectativa que o anúncio poderá ser uma nova família de aviões turbo-hélices.
Nos últimos meses o fabricante brasileiro tem afirmado que qualquer lançamento futuro, na aviação comercial, dependerá de uma parceria. O tema dos turbo-hélices ainda que continue sem confirmação por parte da Embraer, também não é negado formalmente.
A redução na demanda global e o envelhecimento da frota de aviões regionais turbo-hélices, além da opção por congelar novas entregas por parte da De Havilland Canada, que detém a produção do Dash 8, as opções no mercado estão concentradas na família ATR.
Aliás, a ATR é um consórcio entre a Airbus e a italiana Leonardo, que de forma conjunta trabalham em um segmento de nicho de mercado, onde conquistaram quase a totalidade dos pedidos nos últimos anos.
A Embraer atualmente trabalha na consolidação da família E-Jet E2, que ainda dependerá de certificar o E175-E2, que teve o processo suspenso por causa da pandemia. A nova geração de jatos regionais aguarda a retomada do mercado para poder ampliar sua campanha de vendas.
Com o fim da parceria planejada com a Boeing, desfeita no ano passado, a Embraer passou a estudar um novo avião turbo-hélice, mas as características do segmento e a realidade atual do mercado, tornam o projeto viável apenas através de um consórcio.
Ainda que tenha enfrentado um período difícil ao longo de 2020, a Embraer encerrou o ano com 130 aeronaves entregues e uma carteira de pedidos firmes de US$ 14,4 bilhões.