Risco de interferências nos altímetros por proximidade de faixas de frequências é motivo de preocupação
Marcel Cardoso Publicado em 17/01/2022, às 09h00 - Atualizado às 09h56
O internacional JFK, em Nova York, é um aeroporto que terá operações afetadas por norma da FAA | Foto: Divulgação.
A partir da próxima quarta-feira (19), algumas operações de voo baseadas por instrumentos em mais de 90 aeroportos dos Estados Unidos serão proibidas, por determinação da Administração Federal de Aviação (FAA).
A medida é uma resposta ao início do uso da tecnologia 5G e os riscos de interferência nos sistemas de radioaltímetros. Segundo o órgão, “aeronaves com altímetros não testados ou que precisam de adaptação ou substituição não poderão realizar pousos de baixa visibilidade onde o 5G é implantado”.
O principal questionamento técnico para risco de interferência é a proximidade de frequências de uso, entre as faixas de 3.700 e 3.800 Mhz na banda de 5G, e os 4.200 a 4.400 Mhz dos radioaltímetros dos aviões.
Gigantes do setor de telecomunicações discordam da possibilidade de interferências e defendem que a tecnologia é segura para a aviação. A norma poderá causar atrasos e cancelamentos em centenas de voos no país, o que é motivo de preocupação para sindicatos de pilotos e de associações de companhias aéreas, que disseram estar estudando como minimizar os impactos.
No Brasil, em entrevista ao site Poder360, o Gerente Técnico de Aeronavegabilidade Continuada da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Nelson Nagamine, disse que o órgão considera realizar estudos sobre a possibilidade da interferência do 5G nos voos, apesar da faixa a ser utilizada (3.300 a 3.700 Mhz) a partir de julho, ser relativamente mais distante do que nos Estados Unidos.