Uma estranha combinação de dirigível e hangar alado deu origem a uma exótica arma de guerra
Redação Publicado em 31/03/2020, às 15h00 - Atualizado às 16h18
Note a porta de acesso ao hangar logo a frente do sistema de gancho do USS Akron
O Curtiss F9C Sparrowhawk foi projetado para atender às necessidades da marinha dos Estados Unidos (US Navy) nos anos 1930 de contar com um avião de caça embarcado nos porta-aviões da época sem ter a necessidade de dobrar as asas. Todos os concorrentes foram rejeitados pela US Navy, mas o Sparrowhawk foi considerado adequado para operar no seu novo porta-aviões, o gigantesco dirigível USS Akron!
Inacreditavelmente, o aeróstato de 240 m de comprimento, que havia sido projetado para missões de reconhecimento marítimo estratégico, possuía um hangar dentro dele. A bordo havia espaço para quatro F9C.
Os aviões eram lançados e recuperados utilizando um trapézio, que era baixado pelas grandes portas que se abriam na parte inferior do Akron. Já o F9C tinha um gancho fixado sobre a asa e, uma vez enganchado no trapézio, o avião era levantado até dentro do hangar, sem a necessidade de dobrar as asas, graças a seu tamanho diminuto.
Alguns projetos mais audaciosos foram estudados no final dos anos 1930, mas nenhum se tornou realidade
Tendo entrado em serviço em setembro de 1932, o Sparrowhawk manteve o trem de pouso convencional padrão, mas testes foram realizados substituindo o trem de pouso por um tanque de combustível extra. Como era pouco provavel que fosse operar no solo, o tanque suplementar ampliaria o raio de alcance e autonomia do avião. A perda do Akron e do dirigível Macon, em 1933 e 1935, respectivamente, representaram o fim dessa única manifestação do poder aeronaval.
Anos mais tarde chegou-se a cogitar outros modelos de balões com capacidade de transportar aviões, mas nenhum projeto foi levado adiante. Durante a Segunda Guerra as aeronaves e navios ganharam mais capacidade, ao ponto de anos mais tarde a força aeronaval ser uma importante arma estratégica dos Estados Unidos.
* Publicado originalmente na AERO Magazine, edição 236