Temperaturas muito elevadas em 2021 motivaram o uso da ferramenta para gerar chuvas
Marcel Cardoso Publicado em 23/07/2021, às 08h00 - Atualizado às 10h08
Os drones podem auxiliar a gerar chuvas usando química, mas isto pode custar caro à saúde
Os Emirados Árabes estão planejando usar drones para reduzir à escassez de chuva e amenizar as temperaturas extremas neste verão. O plano é saturar a atmosfera com produtos especiais para permitir a formação de nuvens, em um processo similar ao existente em outros países, mas que utilizam aviões.
O verão nos Emirados Árabes é caracterizado por temperaturas acima dos 40ºC em meio a uma região desértica, onde os níveis pluviométricos estão sempre próximos de zero. Nesta temporada de 2021 Dubai tem enfrentado ondas de calor extremo, com termômetros passando dos 50ºC, o que exigiu uma reação das autoridades locais.
O Departamento de Meteorologia está investindo US$ 15 milhões (R$ 78 milhões) em vários projetos de controle do clima. Um deles é o uso de drones específicos para o combate à escassez de chuva e amenizar as temperaturas. Eles transportam produtos químicos que são despejados na atmosfera, formando a aglutinação de nuvens carregadas e que podem gerar chuvas.
O órgão afirma que 126 intervenções como estas foram realizadas desde o início de 2021. Em alguns casos, alertas meteorológicos são enviados para a população, já que até tempestades foram registradas.
O projeto foi desenvolvido pela universidade britânica de Reading. "Estamos tentando fazer com que as gotículas dentro das nuvens fiquem grandes o suficiente para que, quando elas caírem da nuvem, sobrevivam até a superfície", explicou Keri Nicoll, uma das desenvolvedoras.
Mas nem tudo são flores ou água potável. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, órgão subordinado a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou que as nanopartículas de dióxido de titânio, despejadas pelos drones e, consequentemente, pelas nuvens de chuva, podem ser cancerígenos.