Inobservância de comandos e a informalidade foram as causas
Marcel Cardoso Publicado em 27/09/2021, às 05h55 - Atualizado às 06h08
Airbus A300 cargueiro era a única aeronave da companhia aérea, fundada em 2015
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou o relatório final do acidente envolvendo um Airbus A300B4-203 cargueiro (PR-STN) da Sterna Linhas Aéreas, ocorrido em outubro de 2016 no Recife (REC).
Na ocasião, a aeronave, que fazia um voo procedente de São Paulo (GRU), teve o trem de pouso dianteiro colapsado após o pouso e saiu parcialmente da pista, provocando o fechamento do aeroporto por cerca de duas horas. A tripulação teve de efetuar a evacuação por escadas, já que os escorregadores infláveis se desprenderam quando foram acionados.
Segundo o Cenipa, “a cultura de transmitir algumas informações informalmente, por meio de mensagens em grupos de mídias sociais, sem anotações formais nos documentos pertinentes”, contribuiu para a ocorrência. “Tal situação impedia a correta percepção das limitações de operação da aeronave, assim como o adequado acompanhamento de sua condição de aeronavegabilidade”.
Além disso, a aplicação inadequada dos comandos do avião, a falta de atitude na observância dos procedimentos previstos, a falta de coordenação de cabine por parte do piloto e as falhas de percepção e de processo decisório também foram determinantes para o acidente.
O PR-STN era a única aeronave da Sterna, fundada em 2015. O A300F havia feito seu primeiro voo em outubro de 1983, transportando passageiros, sendo convertido em cargueiro dezesseis anos depois. A outorga de concessão de transporte aéreo foi extinta em 2019 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), inviabilizando suas atividades.