Autoridades encontram falha no conjunto da porta dianteira da família 737 que põe em risco a segurança
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 24/02/2021, às 12h00 - Atualizado às 12h17
Falha na porta dianteira afeta frota de 737 MAX e 737 Nex Generation
As autoridades de aviação dos Estados Unidos alertaram sobre risco de descompressão nos aviões 737 Next Generation e 737 MAX. A falha é relacionada a uma série de rachaduras encontradas no encaixe do batente da porta principal dianteira de diversos aviões inspecionados.
A FAA, agência de aviação civil norte-americana, alerta que identificou que a espessura da parede subdimensionada da alça usada no suporte da porta tornou o conjunto suscetível a rachaduras por fadiga.
Um dos riscos é a porta não suportar a carga limite para qual foi projetada. A pressão interna pode exceder a capacidade real da porta, levando a uma descompressão rápida e repentina, colocando o avião e todos a bordo em risco.
Um dos piores cenários é o evento de descompressão explosiva, considerado um dos mais críticos em uma aeronave, que normalmente afeta consideravelmente a estrutura da fuselagem e exige uma rápida atitude para resguardar a segurança.
Um dos procedimentos é descer imediatamente, em um mergulho em alta velocidade, até atingir um nível de voo que não exija a cabine pressurizada. Porém, dependendo do terreno sobrevoado não é possível atingir um limite seguro para voar com o avião despressurizado. Além disso, no caso de uma despressurização explosiva existe o risco de objetos e pessoas serem sugados para fora da aeronave.
A FAA emitiu uma diretriz de aeronavegabilidade (AD, na sigla em inglês), que prevê uma inspeção detalhada do conjunto de encaixe do batente, e caso seja verificado qualquer anormalidade, será necessária a substituição por um novo encaixe de batente recém-projetado, que conta com novo projeto, com maior espessura da parede e consequente maior resistência.
A AD prevê que a partir do dia 29 de março os operadores devem realizara inspeção da porta de entrada dianteira antes dos 10.000 ciclos previstos, ou dentro de 5.000 ciclos para casos de aeronaves que tenham passado pós manutenção após o dia 24 de janeiro.
A FAA estima que apenas nos Estados Unidos um total de 1.075 aviões deverão ser inspecionados para confirmar a integridade do conjunto da porta.