Segundo a IATA, demanda global por carga aérea cresceu 0,8% em junho de 2025. América Latina avança 3,5%, com destaque para Brasil, enquanto América do Norte registra queda de 8,3%
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/08/2025, às 16h00
A demanda global por transporte aéreo de carga cresceu 0,8% em junho de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pela Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA).
A capacidade total disponível aumentou 1,7% na mesma base de comparação. As operações internacionais registraram crescimento de 1,6% na demanda e 2,8% na oferta de capacidade.
Entre as regiões, a Ásia-Pacífico liderou a expansão, com aumento de 9,0% na demanda e 7,8% na capacidade. Em contraste, a América do Norte apresentou a maior retração, com queda de 8,3% na movimentação de carga e recuo de 5,1% na capacidade. A Europa manteve crescimento estável de 0,8%, enquanto o Oriente Médio registrou retração de 3,2% na demanda.
Na América Latina, a demanda por carga aérea aumentou 3,5% em relação a junho de 2024, mesmo com redução de 0,4% na capacidade. A taxa de ocupação da carga (CLF) na região atingiu 36,6%, resultado sustentado principalmente pelas exportações de produtos perecíveis e pela limitação de capacidade em mercados estratégicos como o Brasil. O índice representa alta de 1,4 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2024 e avanço de 0,4 p.p. em relação a maio de 2025.
Globalmente, o cenário operacional foi marcado pela alta de 3,2% na produção industrial e de 3,5% no comércio internacional de mercadorias em maio. O preço do combustível de aviação registrou queda anual de 12% em junho, embora tenha subido 8,6% em relação a maio. O índice global de gerentes de compras (PMI) da manufatura subiu para 51,2 pontos, enquanto os novos pedidos de exportação permaneceram em terreno negativo, em 49,3 pontos, influenciados pelas tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos.
Willie Walsh, diretor geral da IATA, destacou que o desempenho global foi impactado por instabilidades geopolíticas, em especial as novas tarifas dos Estados Unidos. Segundo ele, "a clareza regulatória nas tarifas norte-americanas ajuda o planejamento do setor, mas o aumento dos custos sobre produtos importados continua sendo um desafio comercial relevante".
Entre as rotas comerciais, houve crescimento nos volumes de frete originados ou operados internamente na Europa, além da rota Oriente Médio–Ásia. Por outro lado, os corredores intra-asiáticos e da América do Norte apresentaram retração no período.