Ed Bastian, CEO da Delta Air Lines, avisou que a companhia aérea não irá pagar tarifas por aviões da Airbus entregues este ano
Por Marcel Cardoso Publicado em 11/04/2025, às 09h28
Em uma videoconferência sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre, na útitima quarta-feira (9), Ed Bastian, CEO da Delta Air Lines, informou que a companhia aérea não pretende pagar tarifas sobre nenhuma aeronave da Airbus com entrega programada para este ano.
Segundo Bastian, a empresa está “trabalhando muito de perto” com a Airbus em meio a um cenário de comércio internacional instável. Ele reforçou o posicionamento da empresa em relação aos possíveis custos adicionais oriundos de tarifas sobre aeronaves importadas. “Faremos o nosso melhor para ver o que podemos fazer para minimizar as tarifas, mas uma coisa que vocês precisam saber com clareza é que não pagaremos tarifas sobre nenhuma entrega de aeronave que recebermos", disse o CEO da Delta.
As declarações ocorreram antes da decisão de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de revogar tarifas elevadas sobre a maioria dos países, menos de 24 horas após sua imposição. Com isso, a União Europeia suspendeu medidas retaliatórias, enquanto os norte-americanos aumentaram tarifas sobre produtos chineses. Ainda permanece em vigor uma tarifa geral de 10% sobre a maioria dos parceiros comerciais do país.
Durante a teleconferência, Bastian também informou que a empresa poderá postergar a entrega de aeronaves caso estejam sujeitas a tarifas: “A Delta vai adiar qualquer entrega que tenha tarifa".
A Delta Air Lines possui pedidos firmes com o fabricante europeu para 69 A220s, 82 A321neos, seis A330-900neos, oito A350-900s e vinte A350-1000s. A companhia, no entanto, não divulgou quantas aeronaves espera receber em 2025. A projeção é de um crescimento inferior a 1% na frota total no ano que vem, o que representa menos de dez novas aeronaves.
A desaceleração no recebimento de aeronaves ocorre como resposta aos sinais de desaquecimento econômico, o que levou a companhia a acelerar o processo de retirada de aviões mais antigos de operação. A Delta não espera receber aeronaves da Boeing este ano, apesar de manter um pedido de cem unidades do 737 MAX 10, que ainda não foi certificado.