Congonhas completa 89 anos em meio a reformas e polêmicas

Congonhas movimenta 23 milhões de passageiros por ano em São Paulo e conta com plano de expansão por parte da Aena

Por Gabriel Benevides Publicado em 11/04/2025, às 15h31

- Aena Brasil/Divulgação

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, completa 89 anos neste sábado (12) com um pacote de investimentos e obras em andamento. Desde outubro de 2023, o terminal é administrado pela Aena, que prevê aplicar R$ 2,4 bilhões em melhorias estruturais e operacionais.

Segundo Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil, “Congonhas é um símbolo da aviação nacional. Seu impacto vai muito além do transporte aéreo: ele movimenta a economia, gera empregos e conecta milhões de brasileiros. Celebrar seus 89 anos é reconhecer sua história e olhar para o futuro com foco em inovação e excelência”.

O terminal é o segundo mais movimentado do país e considerado estratégico para a malha aérea nacional. Localizado na zona sul da capital paulista, Congonhas é responsável pela movimentação de cerca de 540 voos domésticos diários, conectando 45 destinos no Brasil. O aeroporto também é o principal hub da aviação executiva no país.

Devido à sua posição em uma área de alta densidade populacional em São Paulo, o aeroporto de Congonhas recebe muitas queixas dos residentes locais. O barulho excessivo dos aviões é uma das principais reclamações, assim como os perigos relacionados ao funcionamento do aeroporto. Existe uma preocupação por parte dos moradores de que a situação piore com a expansão das operações.

Anualmente, mais de 23 milhões de passageiros passam por Congonhas, o equivalente a cerca de 63 mil pessoas por dia. Em um raio de 15 km do terminal é gerado aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo a Aena.

O aeroporto conta com mais de 100 lojas e restaurantes e emprega diretamente mais de 7 mil pessoas. No transporte terrestre, a movimentação média mensal é de 180 mil chamadas de aplicativos, 25 mil corridas de táxi e 51,5 mil veículos no estacionamento.

Na área da saúde, o terminal desempenha papel estratégico no transporte de órgãos para transplantes e no atendimento a aeronaves aeromédicas.

Desde o início da gestão da Aena, mudanças operacionais têm sido implementadas. A reorganização do embarque de veículos por aplicativo e a criação de um bolsão de espera para motoristas reduziram o trânsito em 50% no piso inferior e em 30% no térreo.

A área de inspeção de segurança foi ampliada de 11 para 16 canais de raio-X. Salas VIPs passaram a atender mensalmente 75 mil clientes. Uma nova sala com 1.000 m² já está em operação, e outra do mesmo porte será entregue em breve.

Outras melhorias incluem banheiros reformados, ampliação da sala de embarque remoto e principal, nova área de pick-up no topo do edifício garagem, além da substituição e modernização do sistema de ar-condicionado.

O aeroporto também passou a operar com 10 ônibus elétricos para o transporte interno de passageiros, e 100% da energia consumida provém de fontes renováveis. A Aena também implementou um novo programa de reciclagem e incentiva o uso de aeronaves mais eficientes em emissões e ruído.

Na segurança, Congonhas conta com uma pista com camada porosa de atrito (CPA), que melhora o escoamento de líquidos e evita acúmulo de água. Em 2022, foi inaugurado o EMAS (Engineered Materials Arrestor System) em ambas as cabeceiras da pista. O sistema desacelera aeronaves em caso de saída do ponto de frenagem, sem causar danos. São 72 metros de escape na cabeceira 17R e 64 metros na 35E.

Até junho de 2028, a Aena prevê a construção de um novo terminal com 105 mil m², mais que o dobro do atual. O espaço contará com 22 mil m² destinados a lojas e restaurantes, 19 novas pontes de embarque, aumento de 30 para 37 posições de parada e novos pavimentos para melhorar o fluxo das aeronaves.

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