A Aeroflot planeja comprar aviões russos e ainda vai receber US$ 3 bilhões do governo
Marcel Cardoso Publicado em 08/06/2022, às 08h10 - Atualizado em 10/06/2022, às 13h50
A Aeroflot, a principal empresa aérea da Rússia, planeja comprar até 300 aviões produzidos localmente. A estratégia anunciada pelo governo é uma solução para os fortes embargos que impediram a empresa de continuar operando corretamente sua frota de aviões comerciais produzidos no Ocidente.
Em meio às sanções aplicadas pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia, em fevereiro, o governo russo planeja também aportar aproximadamente US$ 3 bilhões (R$ 14,6 bilhões) na Aeroflot, maior companhia aérea do país e que é controlada pelo Estado.
A injeção virá, em parte, do chamado Fundo Nacional de Riqueza da Rússia (NWF), criado para ajudar a apoiar as principais empresas atingidas pelas sanções, com US$ 1,73 bilhão (R$ 8,42 bilhões). Além disso, os acionistas definiriam em reunião anual, a emissão de 5,42 bilhões de novas ações que podem ser adquiridas a um preço de US$ 0,56 (R$ 2,73) cada.
A Aeroflot também está planejando encomendar 300 aviões da UAC (United Aircraft Corporation), controlada pelo maior conglomerado aeroespacial e de defesa da Rússia, a Rostec.
Segundo o jornal Vedomesti, a companhia estaria interessada no Irkut MS-21 (MC-21 em cirílico), aeronave de fuselagem estreita (narrowbody) que tem capacidade para receber mais de 200 passageiros e que deverá entrar em operação ainda este ano. O entrave, grande parte dos sistemas do avião são produzidos por empresas Ocidentais, o que deverá atrasar o cronograma de produção.
A publicação também cita o interesse no Sukhoi Superjet 100, com capacidade para receber pouco menos de 100 passageiros, o equivalente aos E175 da brasileira Embraer, e o Tupolev Tu-214, que pode receber pouco mais de 200 passageiros.
A invasão de tropas russas à Ucrânia transformou o país governado por Vladimir Putin em um dos mais fechados do mundo. Vários países e seus blocos fecharam seus espaços aéreos aos seus aviões, o que resultou no cancelamento de voos internacionais a estas regiões. As sanções também fizeram com que fabricantes suspendessem o fornecimento de peças e serviços para companhias aéreas russas.