Leonardo M-346 está entre os caças treinadores mais modernos do mundo
Por André Magalhães Publicado em 28/04/2022, às 12h05
O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, voou o caça de treinamento italiano Leonardo M-346, na base aérea de Lecce, na Itália.
O voo esteve sob o comando da instrutora e coronel da força aérea italiana, Frederica. Ainda que tenha sido um voo de relacionamento entre forças aéreas, o chefe da FAB citou, em sua conta oficial no Twitter, a grande parceria existente entre o Brasil e a Itália na aviação.
"Oportunidade de aperfeiçoamento dos pilotos brasileiros e de estreitarmos, ainda mais, as relações com a Itália", postou Baptista Junior.
A colaboração entre o Brasil e a Itália na qual o comandate da força aérea relata, está ligado aos longos anos de sucessos colaborativos entre os dois países.
Hoje, tive a oportunidade de conhecer o sistema de treinamento para Pilotos de Caça, na Base Aérea de Lecce, tendo voado a aeronave M346 com a Cel Frederica.
— Brigadeiro Baptista Jr (@CBaptistaJr) April 28, 2022
Oportunidade de aperfeiçoamento dos pilotos brasileiros e de estreitarmos, ainda mais, as relações com a Itália. pic.twitter.com/w3QDXhJi8V
Com os italianos, o Brasil tem uma longa tradição aeronáutica, desde os primórdios da aviação até mais recentemente quando construiu sob licença o AT-26 Xavante, jato que foi utilizado por muito tempo na formação de pilotos de caça em Natal, Rio Grande do Norte, e como caça leve.
Outro grande trabalho em conjunto foi o A-1 AMX, um dos projetos mais ambiciosos feitos pela Embraer nos anos 1980, que em parceria com as italiana Alenia e Aeromacchi, se uniu para o desenvolviemento do caça-bombardeiro que até hoje é usado pelos dois países. No caso brasileiro se tornou o primeiro avião a jato desenvolvido com tecnolocia nacional.
Oficialmente não foi comunicado nada sobre uma possível compra ou parceria com os italianos a respeito do M-346.
O Leonardo M-346 é um dos treinadores mais avançados do mercado, sendo escolhido pelos Emirados Árabes, Singapura, Polônia, Itália e Israel, estes dois últimos empregam caças de quinta geração e o M-346 é a aeronave intermediária para treinamento dos pilotos para o F-35 lightning II.
O M-346 dispõe de sensores, aviônicos e demais sistemas de última geração que são equivalentes aos caças mais modenos atuais. Todavia, um dos entraves é seu elevado custo operacional, acima de modelos turbo-hélices com o mesmo objetivo de treinamento avançado.
O avião italiano tem envergadura de 9,72 metros, comprimento de 11,49 metros, e velocidade de 1.090 km/h, com teto operacional de 45.000 pés.
Ainda existe a versão M-346FA, destinada para missões de combate. De acordo com oa própria Leonardo o caça poderá realizar missões BVR (além do alcance visual) e até lançar mísseis Iris-t, que estão sendo comprados pela FAB para equipar os Gripen E.
A versão armada do M-346 é voltado para missões similares as realizadas pelo AMX, atuando como um caça multimissão leve.
Na Itália existe a Escola de Treinamento Internacional de Voo (Ifts, na sigla em inglês), que é um centro de formação para pilotos militares de vários países e foi estruturada pela Leonardo e pela Força Aérea da Itália.
O curso Ifts já foi selecionado pela própria Itália, pelo Qatar, Alemanha e Japão. A aeronave usada na instrução é justamente o M-346.