Novo auxílio emergencial para salvar operação do grupo franco-holandês superou os R$ 26,6 bilhões
Por Marcel Carodoso Publicado em 07/04/2021, às 10h00 - Atualizado às 10h44
A Air France foi uma das empresas europeias que mais sofreram com o cancelamento de voos durante a pandemia
O governo francês fará um aporte de US$ 4,7 bilhões (R$ 26,6 bilhões) para recapitalizar a Air France-KLM, aumentando a participação estatal na empresa aérea. Com o auxílio o estado terá vai mais que o dobrar sua participação no controle acionário.
A França irá converter um empréstimo de US$ 3,5 bilhões (R$ 19,8 bilhões), concedido em 2020, em um instrumento de bônus híbrido perpétuo, e emitirá ações de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,8 bilhões), elevando sua participação no grupo, hoje em 14,3%, para um total próximo de 30%.
O estado estenderá as garantias de empréstimos feitos por bancos como o alemão Deustche Bank e o britânico HSBC, que aconselharam o refinanciamento do grupo.
Com o acordo, a Air France cederá dezoito slots no aeroporto de Orly (ORY), em Paris, que serão repassados para seus concorrentes, representando cerca de 4% de suas operações no terminal parisiense.
Além disso, a participação da norte-americana Delta Air Lines, que hoje é de pouco mais de 8%, será diluída no processo, visto a restrição da companhia em fazer investimentos no exterior conforme acordo formalizado para receber a ajuda federal dos Estados Unidos. Por fim, a China Eastern Airlines, com participação abaixo de 10%, pretende adquirir novas ações em um futuro próximo.
A Air France-KLM faz parte do grupo de empresas aéreas europeias que receberá aporte estatal para se manter operacionalmente viável. Em maio de 2020, o governo da Alemanha fez concedeu empréstimos de US$ 10,6 bilhões (R$ 60 bilhões) ao Lufthansa Group, assumindo o controle de 16,7% da empresa.