O Canadá finaliza a compra de 88 caças F-35 de quinta geração que devem começar a ser entregues em 2026
Por André Magalhães Publicado em 10/01/2023, às 08h25
O governo do Canadá anunciou que finalizou o acordo de compra para 88 caças de quinta geração F-35A Lightning II. O contrato assinado com a Lockheed Martin, fabricante do avião, teve aval do governo Estados Unidos, que é o responsável por autorizar qualquer venda de armamento no exterior.
O Canadá escolheu o F-35 após avaliar também o F/A-18 Super Hornet, da Boeing, e o Gripen E da Saab. Todavia, nos bastidores havia pressão pela escolha do caça de quinta geração, em especial do governo norte-americano, visto que diversos fabricantes canadenses participam do projeto e a Royal Canadian Air Force não havia se comprometido com o F-35.
Os novos caças deverão ser entregues em 2026, mas a capacidade operacional total só será atingida entre 2032 e 2034.
Just announced today: the F-35 will be Canada’s future fighter aircraft! This positive step forward will allow us to enforce Canada’s sovereignty as outlined in Canada’s Defence Policy and meet Canada’s NORAD and NATO commitments for decades to come. pic.twitter.com/ISyuljXXOd
— Royal Canadian Air Force (@RCAF_ARC) January 9, 2023
"O anúncio de hoje marca um dos investimentos mais significativos na Royal Canadian Air Force em mais de 30 anos. Nossa indústria canadense, de classe mundial, está bem posicionada para continuar a participar de novas capacidades de caça, fornecendo componentes e serviços essenciais aqui mesmo no Canadá", disse François-Philippe Champagne, ministro da Inovação, Ciência e Indústria.
Os F-35A irão substituir a antiga frota de caças CF-18 Hornet, em uso há mais de 30 anos. Alguns analistas viam boas chances do Gripen E, enquanto a relação com o Super Hornet era tida como a mesmo favorável na concorrência, mesmo com a força aérea já voando com a versão anterior.
No cenário global o F-35 obteve diversos novos acordos de venda, com o mais simbólico, além do Canadá, a escolha pela Finlândia, país que junto a Suécia, negocia a entrada na OTAN e no caso dos finlandeses faz fronteira com a Rússia. A Finlândia ainda é um tradicional operador do F/A-18 Hornet e tem boas relações militares com a Suécia, que oferecia o Gripen E na disputa.
Atualmente diversos especialistas em defesa apontam o F-35 como uma apólice de seguros, mantendo a garantia de um eventual conflito ter o envolvimento direto dos Estados Unidos.