No mesmo dia um Sukhoi Su-27 russo manobrou cerca de 30 metros de distância dos bombardeiros B-52
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 02/09/2020, às 13h00 - Atualizado às 15h32
Caça russo Su-27 ingressou ilegalmente no espaço aéreo da Dinamarca durante missão da Otan
Um caça Su-27 Flanker da força aérea russa violou o espaço aéreo da Dinamarca enquanto realizava a interceptação de um bombardeiro B-52 Stratofortress da força aérea dos Estados Unidos. O incidente foi classificado como ‘significativo’ pela Otan.
O Pentágono ainda divulgou um divulgou um vídeo mostrando outros dois Su-27 manobrando diretamente na frente de um dos B-52, o que foi considerado potencialmente perigoso pela força aérea norte-americana.
Ambos os casos ocorreram enquanto os aviões da Otan sobrevoavam o Mar Báltico, local de intensa movimentação de aeronaves militares de ambos os lados.
A missão envolvendo seis B-52 iniciou nos Estados Unidos, passando pelo Canadá, onde ao menos quatro deles realizaram um voo por todos os trinta países membros da aliança no mesmo dia. Além do treinamento de lançamento de misseis de cruzeiro, o objetivo foi demonstrar a capacidade de pronta resposta dos bombardeiros em qualquer parte do globo.
Em relação a invasão do espaço aéreo da Dinamarca, a Otan afirmou que os pilotos russos não cumprem regras internacionais, violando procedimentos de segurança e de diplomacia. “Este incidente demonstra o desrespeito da Rússia às normas internacionais e ao espaço aéreo soberano de uma nação aliada”, disse o general da USAF Jeffrey L. Harrigian, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e do Comando Aéreo Aliado da Otan. “Permanecemos vigilantes, prontos e preparados para proteger o espaço aéreo da Otan 24 horas por dia, 7 dias por semana”.
O incidente ocorreu próximo das ilhas de Bornholm, no Mar Báltico, quando um Su-27 decolou do enclave russo de Kaliningrado e perseguiu o bombardeiro no espaço aéreo internacional e posteriormente dentro do espaço aéreo dinamarquês. A Otan afirma que ao invés do piloto voltar e se afastar do espaço aéreo soberano, manteve a escolta ao B-52 de forma deliberada sobre a Dinamarca.
A Força Aérea Real Dinamarquesa lançou uma força de reação rápida em resposta ao incidente, mas não foi capaz de interceptar o Su-27 russo que aproveitou a vantagem do tempo necessário para os caças dinamarqueses alcança-lo em voo para retornar em segurança para Kaliningrado.
A interceptação agressiva dos B-52 ocorreu poucas horas antes, quando dois Su-27 tambpem baseados em Kaliningrado iniciaram manobras bruscas próximos dos bombardeiros. A passagem diante do B-52 ocorreu aproximadamente 30 metros de distância, na mesma altitude e utilizando os pós-combustores. Um dos temores era a esteira de turbulência deixada pelo caça, além da proximidade entre as aeronaves, com potencial de colisão.
A Otan considerou a interceptação “insegura e pouco profissional", colocando em risco a integridade as aeronaves de ambos os países. “Ações como essas aumentam o potencial de colisões no ar, são desnecessárias e inconsistentes com boa pilotagem e regras de voo internacionais”, afirmou Harrigian. “Enquanto as aeronaves russas operavam no espaço aéreo internacional, eles colocaram em risco a segurança de voo das aeronaves envolvidas. Esperamos que operem dentro dos padrões internacionais estabelecidos para garantir a segurança e prevenir acidentes ”, acrescentou.
Nos últimos anos os países membros da Otan e a Rússia ampliaram o número de manobras militares hostis nas regiões de fronteira, sobretudo no Mar Báltico.