Caças F-35 holandeses são proibidos de voar próximo de tempestades

Falha no sistema de proteção do tanque de combustível compromete segurança da aeronave próximo de descargas elétricas

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 22/09/2020, às 13h00 - Atualizado às 18h32

Holanda é um dos principais operadores do F-35 na Europa

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O ministério da Defesa da Holanda confirmou que seus caças F-35 estão proibidos de voar próximos a tempestades e a frota deverá ser abrigada em locais especiais ou equipados com para-raios. O motivo foi a detecção de falhas no Sistema Embarcado de Geração de Gás Inerte (OBIGGS), utilizado nos tanques de combustível.

O OBIGGS substituiu o volume de combustível por um gás interne, evitando manter um gás altamente inflamável dentro dos tanques após o avião consumir o querosene em voo. O sistema evita riscos de explosão e é um equipamento padrão na maioria dos aviões a jatos do mundo, civis ou militares.

De acordo com o 21º relatório de progresso anual do F-35, falhas diversas foram encontradas no sistema, que podem comprometer a eficiência do OBIGGS, colocando em risco a aeronave em caso de descarga elétrica ou acumulo de energia estática na estrutura.

Quatro aviões da família F-35 tiveram problemas recente em parte do sistema, exigindo uma revisão completa das falhas em toda frota global do caça. Ainda que nenhum avião seja holandês, o ministério da Defesa do país emitiu uma norma para que os seus F-35 sejam proibidos de voar, por ora, próximo de tempestades.

A causa do problema ainda está sob investigação pela Lockheed Martin, fabricante do caça. De acordo com a empresa, a falha não compromete a Capacidade Operacional Inicial (COI), da frota holandesa planejada para ser obtida no final de 2021.

Na prática os militares poderão continuar com o cronograma de implementação do avião, com o estabelecimento do primeiro esquadrão de F-35 na Holanda, sediado na base aérea de Leeuwarden, próxima do canal Harlingen-Groningen, na região setentrional do país.

Embora o F-35 tenha acumulado diversas falhas ao longo de seu desenvolvimento, o processo atual é muito mais exigente do que no passado, tornando a atual geração de caças mais suscetíveis aos rígidos padrões da aviação do século 21.

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