Su-57 faz sua estreia internacional e demonstra mudança na política turca em relação a Rússia e Estados Unidos
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 17/09/2019, às 19h00 - Atualizado às 20h15
O Sukhoi Su-57 realizou sua primeira viagem internacional, ao pousar no aeroporto de Ataturk, em Istambul, onde participa da Technofest 2019, o principal evento de tecnologia de defesa na Turquia.
O caça de quinta geração russo é considerado um dos mais avançados do mundo, rivalizando com projetos ocidentais e chineses. A presença do Su-57 fora das fronteiras russas é uma demonstração do avanço da influência de Moscou sobre o governo turco, que recentemente foi expulso do programa F-35, norte-americano, para um caça de quinta geração de capacidade próxima do Su-57.
A escalada nas tensões entre Ancara e seus aliados ocidentais aumentou após o país receber o sistema de defesa antiaéreo S-400, de produção russa.
Recentemente o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan visitou o MAKS 2019, onde demonstrou interesse na compra dos Su-35, enquanto a Rússia ofereceu o Su-57 como opção ao F-35. Na ocasião o presidente Vladimir Putin convidou os pilotos da força aérea da Turquia para voarem no Su-57.
Embora sem confirmação, Moscou negocia a venda dos Su-35S, considerados caças de geração 4++, derivados do Su-27. O avião conta com uma série de melhorias, maior integração com diversos sistemas de armas. O Su-35S é da mesma geração do Gripen NG, se diferenciando por sua maior capacidade de carga, podendo transportar até 8 toneladas de armamentos em 12 pontos duros. O Su-35S voou pela primeira vez em 2008, tendo sido declarado operacional na Rússia em 2015.
Já o SU-57 é a bala de prata de Moscou, mas o programa enfrentou uma série de contratempos, incluindo atrasos de desenvolvimento e um corte no número total de pedidos. Originalmente a Índia era um dos parceiros do programa PAK-FA, que deu origem ao avião, mas optou por seguir um desenvolvimento próprio para um caça furtivo.
Uma possível venda do Su-57 para a Turquia representará uma ruptura completa nas relações do país com a Otan e os Estados Unidos, alinhando Ancara com Moscou.