Empresa aérea exige indenização após sua frota de 737 MAX ficar impedida de operar desde março de 2019
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 25/11/2020, às 15h00 - Atualizado às 16h54
Norwegian alega que parte de seus problemas foi ocasionado pela paralisação da frota de 737 MAX
A Boeing tenta anular uma ação avaliada em US$ 1 bilhão da Norwegian Air Shuttle referente aos problemas ocasionados para suspensão dos voos da família 737 MAX. A companhia aérea norueguesa era uma das principais clientes do modelo, que havia sido escolhido para permitir a ampliação da malha e viabilizar novos voos.
O movimento da Boeing ocorre dias depois da justiça da Irlanda conceder proteção ao grupo Norwegian contra ações de seus credores. A empresa enfrenta uma grave crise financeira, agravada após o governo da Noruega negar um novo socorro emergencial para permitir a manutenção do caixa e das obrigações de curto prazo.
A Norwegian Air Shuttle, principal empresa do grupo, entrou com uma ação contra a Boeing alegando que a paralisação da frota, que contava com três 737 MAX 8 na Norwegian, treze na Norwegian Air Sweden e outros dois na Norwegian Air International, foi uma das principais causas da crise iniciada antes mesmo da pandemia.
A Norwegian cancelou unilateralmente o pedido para outros 92 aviões da família 737 MAX, além de exigir uma indenização de US$ 1 bilhão em decorrência das perdas geradas pelos problemas da proibição dos voos. A empresa aérea alega que a Boeing cometeu uma série de violações contratuais que superam o valor pretendido.
O fabricante por sua vez tenta anular a ação que foi acatada em um tribunal de Cook, em Illinois, região administrativa onde está Chicago, cidade sede da Boeing. A intenção é aproveitar os pedidos de credores contra a Norwegian para conseguir reverter ao menos parte do processo. A expectativa é que o tribunal analise o caso no dia 15 de dezembro, oito dias após o Tribunal de Dublin, na Irlanda, avaliar o pedido de proteção judicial da Norwegian contra seus principais credores.