Projeto NMA depende dos desdobramentos da crise atual e do futuro do 737 MAX
Redação Publicado em 09/05/2020, às 09h00 - Atualizado às 19h53
Mercado especula lançamento de uma versão remotorizada do 767 nos próximos anos
A Boeing poderá lançar uma versão modernizada do 767, visando disputar um segmento intermediário de alta capacidade e médio alcance, como uma solução de baixo custo para o programa New Midsize Airplane (NMA), que desde o início da década estuda um substituto para o 757 e 767.
O projeto ganhou relevância após a Airbus lançar o A321XLR que oferece alcance intercontinental e foi desenvolvido para rotas de média densidade, absorvendo o mercado do 757. Além disso, o novo avião derivado da família A320neo criou um novo nicho, oferecendo ao mercado uma única solução, enquanto a Boeing dispõe de dois produtos, (737 MAX 9 e 737 MAX 10), cada um atendendo uma parte das missões do rival europeu.
Existia a expectativa que o novo avião fosse lançado em meados de 2020, mas a paralisação da frota do 737 MAX postergou os planos da Boeing. Contudo, a crise gerada pelo novo coronavírus pode forçar o desenvolvimento de uma solução que possa ser oferecida em curto prazo.
Conforme AERO Magazine tem noticiado ao longo dos últimos anos, o programa NMA seguiria as bases do projeto que deu origem ao 757 e 767, oferecendo um avião de corredor único e outro de fuselagem larga. O primeiro avião deveria ser o substituto do 757, justamente para competir com o A321XLR, porém, recentemente fontes internas creditam que a Boeing deverá lançar primeiro a versão de dois corredores.
Um porta-voz da Boeing disse recentemente, que a empresa está fazendo pesquisas constantes no mercado NMA, além de investimentos para o desenvolvimento de uma nova aeronave no futuro, conforme o andamento dos projetos permitirem.
A Boeing poderá lançar antes uma versão modernizada do 767, contando com novas asas e utilizando motores derivados do 787, desenvolvidos pela General Eletric. Ainda assim, o fabricante nega que esteja estudando um hipotético 767X. O modelo poderá atender especialmente ao segmento cargueiro, que nos últimos anos vem expandido os pedidos por aeronaves novas, visto a necessidade de atender aos novos padrões de emissão que entrarão em vigor em 2028.
Outra possibilidade comentada nos corredores do fabricante e em diversos veículos da imprensa especializada no exterior apontam que até mesmo uma variante derivada do 757 está em estudos. O modelo foi aposentado em 2005, mas continua oferecendo um padrão único em alcance e capacidade, o que supostamente poderia justificar o lançamento de um modelo modernizado. O entrave é que a linha de produção foi encerrada há 15 anos, o que exigiria um novo investimento em ferramental para remontagem de todos os processos necessários.
O lançamento de um novo avião, mesmo que uma versão modernizada de algum projeto existente, dependerá dos desdobramentos da crise atual, aliado ao futuro do 737 MAX e ao andamento das vendas da família 777X.