Boeing perde mais um contrato para o 737 MAX

Saudita Flyadeal cancela encomenda para 30 aviões avaliados em US$ 5,9 bilhões

Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação Publicado em 08/07/2019, às 14h00 - Atualizado às 14h10

A paralização dos 737 MAX levou a saudita Flyadeal cancelar seu pedido para 30 aeronaves do modelo, criando mais um revés bilionário para a Boeing. O pedido tinha um valor estimado em US$ 5,9 bilhões e incluía uma opção de compra adicional para 20 aviões do mesmo modelo.

A empresa controlada pela Saudi Arabian Airlines optou por operar a família A320 da Airbus, que possui capacidade e alcance similares aos 737. A empresa opera atualmente onze A320, que deveriam ser substituidos pelos 737 MAX. Após o cancelamento com a Boeing, a empresa formalizou um pedido para trinta A320neo.

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A Flyadeal é uma empresa low cost da Arábia Saudita, voando para diversos destinos populares no Oriente Médio. Embora a empresa não tenha afirmado que os atrasos no cronograma do 737 MAX tenham sido o motivo do cancelamento, em nota afirmou que a escolha dos aviões da Airbus representa “um crescimento significativo de sua frota”.

O cancelamento do pedido pode agravar ainda mais a situação da Boeing, que poderá assistir uma debandada de clientes, que passam a se preocupar com a falta de um prazo para retomada dos voos com a família 737 MAX.

A agência de aviação dos Estados Unidos, a FAA, afirmou que não tem prazo para concluir os trabalhos para recertificar o 737 MAX e trabalha para encontrar a solução completa de todos os possíveis problemas relacionados ao sistema MCAS.

Durante a última edição do Paris Air Show, a Boeing formalizou uma intenção de compra com o grupo europeu AIG, que controla a British Airways e Iberia, para a compra de até 200 novos 737 MAX. O pedido, ainda que seja apenas uma possibilidade, é visto como um voto de confiança do setor ao modelo.

US$ 100 MILHÕES PARA AS VÍTIMAS

A última semana a Boeing informou que destinou US$ 100 milhões para as famílias das vítimas dos acidentes com o 737 MAX na Lion Air e na Ethiopian Airlines. A fabricante afirmou que o investimento será feito em parceria com governos locais e organizações sem fins lucrativos para atender as necessidades dos que perderam familiares em ambos acidentes.

“Sabemos que cada pessoa que pisa a bordo de um de nossos aviões deposita sua confiança em nós. Estamos concentrados em recuperar essa confiança e confiança de nossos clientes e dos passageiros nos próximos meses”, disse Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing.

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