Boeing irá cortar 10% de seus funcionários e cancelou programa de estágio no Brasil
Por Marcel Cardoso Publicado em 14/10/2024, às 06h26
A Boeing irá reduzir sua força de trabalho em 10% nos próximos meses, o que impactará cerca de 17.000 funcionários, enquanto lida com alta nas perdas financeiras e uma greve de operários que interrompeu a produção de aeronaves em suas fábricas nos Estados Unidos.
Em um comunicado interno, Kelly Ortberg, CEO da empresa, disse que os cortes de pessoal afetarão executivos, gerentes e funcionários em diversas áreas da companhia. O fabricante enfrenta uma greve que completa um mês nesta segunda-feira (14), o que tem agravado a sua situação.
Conforme AERO Magazine informou, o cronograma do programa do 777X foi impactado, com as primeiras entregas sendo adiadas para 2026 e a produção do 767, hoje voltado apenas para cargueiros, será encerrada no mesmo ano.
A crise também afetou diretamente as operações da Boeing Brasil, que decidiu suspender o programa de estágio previsto para 2025. Os candidatos ao programa, que havia sido anunciado em agosto, foram informados da suspensão. De acordo com a Companhia de Estágios, empresa responsável pela seleção, a decisão foi tomada em função de "fatores externos e desafios comerciais" enfrentados pela Boeing.
O programa de estágio oferecia 36 vagas para estudantes de engenharia, o dobro da quantidade oferecida na edição anterior. Os selecionados participariam de treinamentos, cursos e atividades focadas no desenvolvimento de suas habilidades profissionais.
Desde o início de 2019, a Boeing já acumula perdas de mais de US$ 25 bilhões (R$ 140,3 bilhões) e, até o momento, as negociações para encerrar a greve não apresentaram resultados. Recentes conversas entre representantes da empresa e dos trabalhadores não foram suficientes para chegar a um acordo.