Boeing conclui atualização para recertificação do 737 MAX após acidentes

Fabricante revisou software do MCAS e criou novos procedimentos para treinamento dos pilotos

Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 16/05/2019, às 18h00 - Atualizado às 18h58

A Boeing anunciou que concluiu o desenvolvimento do software atualizado para a família 737 MAX, juntamente com os testes de simulador e de voo. De acordo com o fabricante, foram realizados mais de 207 voos, que somam 360 horas, com o software MCAS atualizado.

Agora os dados e modificações serão enviados a FAA, órgão regulador da aviação civil dos Estados unidos, incluindo detalhes sobre como os pilotos interagem com os controles e dados exibidos pelo avião em diferentes cenários de voo. Após a validação de todos aos parâmetros pelas autoridades aeronáuticas, a Boeing deverá ainda apresentar um voo de teste final, com vista a obter uma nova certificação para a família 737 MAX.

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De acordo com investigação preliminar, o acidente com o 737 MAX 8, da Lion Air, ocorre após o sistema MCAS interpretar de forma equivocada dados errados dos indicadores AoA . Com parâmetros incorretos o MCAS agiu conforme programado para a situação reportada pelo AoA, baixando o nariz da aeronave. Os pilotos não tinham indicações sobre problemas nos indicadores dos sensores, iniciando assim uma cadeia de reações que levou ao acidente.

737 MAX foi o segundo avião da Boeing a ser proibido de voar em uma década. O primeiro havia sido o  787 Dreamliner

SISTEMA MCAS

Toda a família 737 MAX foi proibida de voar em 10 de março, após o segundo acidente fatal em menos de cinco meses. Após a extensa mudança no sistema de propulsão, com instalação de motores maiores e recalibração do centro de gravidade da aeronave, a Boeing projetou um sistema que automaticamente forçava o nariz para baixo em algumas circunstâncias, porém, o mau funcionamento do sistema e possíveis falha no treinamento, levou a perda de controle em dois voos, que ao total vitimou 346 pessoas.

FROTA PROIBIDA DE VOAR

Os 371 Boeing 737 MAX já entregues estão parados em diversos países do mundo. No Brasil frota da Gol permanece no chão.

Após a suspensão dos voos, emitida por quase a totalidade das agências reguladoras do mundo, mais de 370 Boeng 737 MAX foram impedidos de voar, no Brasil os quase vinte 737 MAX da Gol estão no chão desde março. Ainda assim, a Boeing manteve a produção dos aviões, em sua unidade nas proximidades de Seattle. O objetivo em manter o ritmo de produção é atender imediatamente após a recertificação a demanda das companhias aéreas. As aeronaves estão sendo estocadas no pátio do fabricante e serão atualizadas após a aprovação das novas medidas.

“Com a segurança como nossa prioridade, concluímos todos os voos de teste de engenharia para a atualização de software e estamos nos preparando para o voo final de certificação”, comentou Dennis Muilenburg, presidente da Boeing. “Estamos comprometidos em fornecer à FAA e aos reguladores globais todas as informações de que precisam. Estamos confiantes de que o 737 MAX com o software MCAS atualizado será um dos aviões mais seguros para voar. Os acidentes apenas intensificaram nosso compromisso com nossos valores, incluindo segurança, qualidade e integridade, porque sabemos que as vidas dependem do que fazemos”.

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Uma das maiores mudanças será no treinamento dos pilotos, que anteriormente deveriam apenas fazer uma instrução no computador sobre as diferenças pontuais entre o 737 NG eo novo 737 MAX. O novo processo envolverá novos materiais para treinamento e aprimoramento nos sistemas do MCAS. Expectativa é que a família 737 MAX possa retomar as operações normais antes de agosto.

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Atualizado às 18h45 do dia 16 de maio de 2019

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