Avião com nova tecnologia de superfície fez primeiros voos comerciais pela Swiss International Air Lines
Por Marcel Cardoso Publicado em 03/11/2022, às 13h50
Um Boeing 777-300ER, da Swiss International Air Lines, decolou em um voo comercial pela primeira vez com uma nova tecnologia inspirada na pele dos tubarões. O conceito chamado de AeroShark foi desenvolvida em conjunto pela alemã Lufthansa Technik e a empresa química Basf.
A fuselagem e os compartimentos do motor do Boeing 777 receberam aproximadamente 950 m² de películas Riblet, que reproduzem as propriedades de eficiência de fluxo laminar existente na pele de tubarão e permitem reduzir o atrito com o ar. Segundo os desenvolvedores, as simulações de fluxo identificaram um potencial de economia superior ao um por cento para este tipo de aeronave.
Embora pareça um número baixo, ao longo de um ano, com dezenas de aeronaves poupando combustível, o impacto econômico e ambiental é considerável.
O AeroShark reduz a resistência ao atrito do avião com o ar em também pouco mais de 1% e como resultado o consumo de combustível e as emissões de poluente também são reduzidos na mesma ordem de grandeza. Para o 777-300ER isso equivale a uma economia anual de cerca de 400 toneladas de querosene e mais de 1.200 toneladas de dióxido de carbono.
A modificação do avião, de matrícula HB-JNH, começou no final de agosto e exigiu vários voos de teste nos primeiros dias do mês seguinte. Durante esses voos, foi necessário demonstrar detalhadamente que a aplicação da película sintética não gerou nenhum impacto negativo na segurança operacional e e nas características de voo do Boeing 777.
Assim que o potencial de economia calculado for validado em operações de voo comerciais, o início da implantação em escala será planejado junto aos clientes de lançamento, que são a Swiss e a Lufthansa Cargo. Outras aeronaves do mesmo modelo receberão o AeroShark dentro do cronograma de manutenção regular.
Quando todos os 23 Boeing 777 das companhias aéreas envolvidas tiverem recebido a modificação, eles reduzirão a pegada de carbono em mais de 25 mil toneladas anuais, segundo os desenvolvedores. Além de poupar milhões de dólares em combustíveis.