Acordo prevê mais 75 aviões do 737 8-200, a versão de maior capacidade da família
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 03/12/2020, às 16h00 - Atualizado às 18h03
Contrato com a Ryanair demonstra confiança da companhia no futuro do 737 MAX
Dias após as autoridades dos Estados Unidos liberarem os voos com o 737 MAX, a Boeing e Ryanair firmaram um contrato firme para 75 aeronaves adicionais, ampliando a carteira da empresa irlandesa para 210 aviões.
O pedido é referente ao 737 8-200, a versão de maior capacidade do 737-8 e voltado para rotas de média distância e grande demanda. O modelo é especialmente atraente para companhias low cost, como o caso da Ryanair.
"O conselho e as pessoas da Ryanair estão confiantes de que nossos clientes vão adorar essas novas aeronaves. Os passageiros vão desfrutar dos novos interiores e espaço para as pernas mais generoso”, disse Michael O'Leary, o CEO do Grupo Ryanair.
A empresa tem ampliado o conforto a bordo de suas aeronaves, conhecidas pela configuração de alta densidade e quase nenhum espaço para passageiros. O uso de um modelo de maior capacidade permite ampliar a oferta de assentos e reduzir os custos por voo, o que deve se traduzir em tarifas mais competitivas, especialmente em um momento de combustível barato.
A assinatura do contrato ocorreu em Washington D.C, a capital dos Estados Unidos, com a participação de O’Leary e demais executivos da Ryanair, assim como do CEO da Boeing, Dave Colhoun. A escolha de realizar a cerimonia na Capital norte-americana carrega forte simbolismo, demonstrando a retomada da confiança do mercado no 737 MAX, assim como das autoridades reguladoras.
“Estamos gratos que a Ryanair está mais uma vez depositando sua confiança na família Boeing 737 e construindo sua frota futura com este pedido firme ampliado”, disse Dave Calhoun, presidente e CEO da Boeing.
A ampliação do contrato também ocorre em um momento de forte retração do mercado causada pela pandemia do novo coronavírus, mas apresenta a oportunidade de recebimento dos aviões no momento de retomada planejada da demanda por viagens.
"Assim que o vírus da covid-19 retroceder – e provavelmente acontecerá em 2021 com o lançamento de várias vacinas eficazes – a Ryanair e nossos aeroportos parceiros em toda a Europa irão restaurar voos e horários rapidamente, recuperar o tráfego perdido e ajudar as nações da Europa a recuperar suas indústrias de turismo e fazer com que os jovens voltem a trabalhar nas cidades, praias e resorts de esqui da União Europeia", apontou confiante O'Leary.
A Ryanair é o cliente lançador da variante 737-8 de alta capacidade, tendo feito seu primeiro pedido de 100 aviões e 100 opções no final de 2014, seguido por pedidos firmes de dez aviões em 2017, seguido de outro para 25 aeronaves em 2018. A empresa deverá configurar o avião com 197 assentos, aumentando o potencial de receita e reduzindo o consumo de combustível em 16% em comparação com a família 737 NG.