A colisão de um pássaro com um avião da Latam gerou debate sobre os custos operacionais e a judicialização no setor aéreo brasileiro
Por Gabriel Benevides Publicado em 20/02/2025, às 17h17
Na manhã desta quinta-feira (20), um avião da Latam (PT-MXO) que operava o voo LA3367 entre o Galeão (GIG) e Guarulhos (GRU), acabou colidindo com um pássaro, causando danos ao bico do avião e forçando o retorno ao aeroporto de origem.
O voo foi cancelado e os passageiros foram reacomodados em voos alternativos programados para hoje e amanhã.
Após o incidente, o CEO da Latam no Brasil, Jerome Cadier, manifestou-se no LinkedIn acerca dos custos em situações como essa, criticando diretamente a cultura de ações judiciais contra as companhias aéreas.
Incidentes de colisão com pássaros, conhecidos como "bird strikes", são relativamente comuns na aviação e podem causar danos significativos às aeronaves, além de representar riscos à segurança dos voos. Em nota oficial, a Latam reiterou que adota todas as medidas técnicas e operacionais necessárias para garantir a segurança de suas operações.
A questão levantada por Cadier destaca um desafio recorrente no setor aéreo brasileiro: a responsabilidade financeira por eventos inesperados e a frequência de ações judiciais movidas por passageiros devido a atrasos e cancelamentos, mesmo quando causados por fatores fora do controle das companhias aéreas.
No ano passado, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) promoveram uma oficina intitulada "Redução da Judicialização" no setor aéreo brasileiro. O evento contou com a participação de representantes da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), além de companhias aéreas como Gol, Latam, Azul e outras internacionais.
A redução da judicialização no setor aéreo é vista como essencial para diminuir os custos operacionais das companhias e, consequentemente, tornar as tarifas mais acessíveis aos consumidores.