A China adotou formalmente normas internacionais para impedir que aviões da Rússia operem no país
Marcel Cardoso Publicado em 31/05/2022, às 08h40
Aviões da Rússia não podem mais entrar na China, que adotou formalmente normas internacionais para impedir que aviões do vizinho operem no país. As pressões sobre Pequim surtiram efeito especialmente após empresas financeiras chinesas ampliarem sua participação em companhias de arrendamento de aeronaves no mundo.
A Autoridade de Aviação Civil da China (Caac) fechou o espaço aéreo e proibiu pousos e decolagens de aviões produzidos pela Boeing e da Airbus que sejam usados por empresas aéreas da Rússia.
A decisão veio após a determinação do regulador de que as companhias aéreas que voam para a China atualizem dossiês ou portfólios eletrônicos, que contêm informações sobre as aeronaves, proprietários de companhias aéreas e contratos de manuseio terrestre nos aeroportos, medida padronizada internacionalmente.
Com as sanções impostas à Rússia, por conta da invasão à Ucrânia, as companhias aéreas do país não podem realizar tais procedimentos e, de acordo com o regulamento da Organização Internacional da Aviação Civil (Icao), elas tiveram a operação negada no espaço aéreo chinês.
Desde que o ocidente fechou as portas para o governo de Vladimir Putin, na teoria, empresas como a Aeroflot teriam de devolver as aeronaves para as empresas de arrendamento, porém, uma lei local aprovada de forma emergencial fez com que elas fossem registradas na Rússia. Houve também a eliminação de várias normas de segurança sobre a sua manutenção e certificação, precarizando o setor local.
Estima-se que, desde o início de março, mais de 300 aviões tenham sido recadastrados com registro russo. Porém, a proposta isola as empresas aéreas do país, que vinham se destacando globalmente por sua qualidade e segurança.