Um grupo opositor ao governo da Bielorrússia assumiu um ataque feito por drone que atingiu o avião-radar A-50 da força aérea da Rússia
Por André Magalhães Publicado em 27/02/2023, às 10h20
Uma avião-radar russo Beriev A-50 (Mainstay, na designação da Otan) pode ter sido danificado em provável ataque a base aérea de Machulishchy, ao sul de Minsk, na Bielorrússia, nesse domingo (26). O ataque foi reivindicado por um grupo opositor ligados ao plano Peramoga (vitória) e ao movimento BYPOL, que não reconhecem o governo central.
"Aqueles eram drones. Os participantes da operação são bielorrussos", disse Aliaksandr Azarov, líder da organização antigovernamental bielorrussa BYPOL, em mensagem enviada pelo Telegram da organização e ao canal de notícias Belsat, com sede na Polônia.
No entanto, ainda não é possível verficar a autenticidade deste relato e, até o momento, não houve comunicado oficial da Rússia ou Bielorrússia. Nem mesmo da Ucrânia, apontada por alguns como autora do ataque.
A aeronave de alerta aéreo e controle (AEW&C, na sigla em inglês) é uma variante do avião de transporte Ilyushin Il-76, sendo parte da importante aviação estratégica russa, principalmente na árena de combate da Ucrânia. Caso tenha realmente sido danificado, a perda, mesmo que temporária, representa um revés considerável na estratégia russa.
Aviões e bases militares russas já sofreram danos em ataques promovidos por forças da Ucrânia ao longo deste primeiro ano de conflito. Em dezembro de 2022, a base de Engels, a leste da fronteira da Ucrânia, foi alvo de ataques aéreos.
A Rússia acusou a Ucrânia de usar drones para atingir duas bases em seu território e consideravelmente longe da fronteira, incluindo Ryazan, que é próxima a Moscou e está mais de 450 quilômetros do ponto mais próximo da fronteira ucraniana e abriga importantes bombardeiros.
Na época a Ucrânia não assumiu oficialmente os ataques, mas compartilhou em contas oficiais das forças armadas imagens das aeronaves russas danificadas.