Série de voos recentes com o F-117 Nighthawk chamam atenção de especialistas e entusiastas
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 28/02/2019, às 18h59 - Atualizado às 19h19
Recentemente diversos observadores fotografaram os caças Lockheed F-117A Nighthawk em voo nos estados norte-americanos da Califórnia e Nevada. O que poderia ser uma rotina uma década atrás se mostra bastante incomum, já que os 52 aviões do tipo foram aposentados em 2008.
Ainda assim, desde 2010 alguns aviões foram vistos de forma isolada em voo. Todavia, dois voos consecutivos chamaram atenção de analistas e entusiastas de aviação. A mais recente aparição do caça stealth ocorreu no último dia 27 de fevereiro, quando um F-117A realizou um voo no Death Valley, na Califórnia, com dois caças F-16 voando próximos. Outro voo similar ocorreu no dia anterior.
Oficialmente, dos 52 aviões em serviço um foi desmontado para testes de descarte. Os demais caças foram armazenados no Tonopah Test Range, em Nevada. A base pertence a ao chamado Nellis Test and Training Range, utilizada pela força aérea dos Estados Unidos (USAF) em uma infinidade de testes com aeronaves, sistemas e armas.
A força aérea oficialmente não mantém nenhuma aeronave do tipo em condições de voo, da mesma forma que não nega que um ou mais aviões tenha plenas condições operacionais. Desde sua retirada em serviço as aeronaves estão armazenadas no que a USAF chama de Type 1000, onde os aviões são mantidos próximos a condições de voo, podendo retornar ao serviço ativo em caso de necessidade. Em média, a força aérea estima que pode recolocar em voo, os aviões nesse tipo de armazenamento, em um prazo máximo de 120 dias.
O Falcão Noturno - A História do F-11A Nighthawk
Novo radar pode detectar aviões invisíveis
Em 1986 Reagan ofereceu a tecnologia stealth aos britânicos
Com características únicas, como capacidade de ser invisível aos radares, os F-117A foram por vários anos a bala de prata da USAF. Embora tenham tido uma curta carreira operacional, seu desenvolvimento foi marcado por um dos mais bem aguardados segredos militares de todos os tempos. Sua existência foi revelada apenas no final da década de 1990.
Os aviões se destacaram por sua enorme capacidade de ingressar em espaço aéreo inimigo sem ser identificado por sistemas de radar. Todavia, sua capacidade de transporte de armas e manobrabilidade eram bastante limitados, enquanto seus custos extremamente elevados. Sua principal função era atacar alvos em solo a noite, quando seu formato, pintura em preto e baixa emissão de calor e ruído, o tornavam quase invisíveis ao inimigo.
Ainda assim, por um erro de planejamento, um F-117A foi abatido durante os combates na então Iugoslávia, em março de 1999. Uma bateria antiaérea operada de forma manual foi capaz de atingir o avião, que foi destruído na atual Sérvia. Os destroços foram exibidos pelas forças militares iugoslavas. Acredita-se que as autoridades do país venderam parte dos destroços para a China e Rússia, que tinham grande interesse em conhecer os detalhes técnicos do então “avião invisível”. Uma série de propagandas iuguslavas ironizaram o fato do avião ser conhecido como invisível.