O C919 é o primeiro avião comercial chinês e deve ser entregue no último trimestre de 2022 para a China Eastern Airlines
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 01/09/2022, às 16h59
A China deverá entregar nas próximas semanas o seu primeiro avião comercial de médio porte. O C919, integralmente desenvolvido pela Comac, será operado inicialmente pela China Eastern Airlines.
A previsão da companhia aérea é iniciar os voos regulares com o C919 até o final do ano. Todavia, os outros quatro aviões deverão ser entregues ao longo de 2023. A expectativa era receber três aviões ao longo deste ano, mas atrasos na produção, impactado pelos efeitos da crise sanitária e a consequente desaceleração das linhas de produção de componentes, obrigaram uma reavaliação do cronograma.
O C919 foi desenvolvido pelo fabricante chinês Comac, que optou por seguir o modelo ocidental, utilizando fornecedores de sistemas e motores da Europa e Estados Unidos. O avião pretende concorrer com as famílias Airbus A320neo e 737 MAX no mercado interno chinês. A Comac afirma que o plano inicial é atender a demanda das empresas aéreas chinesas, que devem receber aproximadamente 3.000 unidades do avião, o que representa quase um terço de toda as vendas da Airbus na família A320 desde 1986.
O C919 tem um alcance de aproximadamente 5.500 quilômetros e capacidade para até 168 passageiros, em classe única. Por ora, a Comac soma 815 pedidos, de 28 empresas aéreas.
Todavia, mesmo focando suas vendas no mercado interno, a Comac sofre com a concorrência dos europeus, visto que a China Eastern anunciou recentemente um acordo para cem A320neo, mantendo apenas cinco pedidos do avião chinês.
A certificação de tipo do C919 na China deverá ser emitida nas próximas semanas, proporcionando um novo patamar para a indústria aeroespacial do país.
O C919 deverá ser, ao lado do russo MS-21, o mais novo avião comercial de média capacidade, empregando uma série de novas tecnologias e materiais. A previsão é no médio prazo iniciar a campanha de vendas no mercado internacional, onde espera brigar com os líderes A320neo e 737 MAX entre as empresas ocidentais. O avanço da indústria chinesa em áreas como comunicação, automobilística e de energia é visto como fundamental para proporcional maior confiança global no setor aeroespacial do país.