O programa TransplantAR, que conecta aeronaves privadas para transporte gratuito de órgãos no Brasil, salvou 44 vidas em seis meses
Por Marcel Cardoso Publicado em 11/06/2025, às 08h44
ESPECIAL CATARINA AVIATION SHOW oferecido por
O TransplantAR, programa que utiliza a aviação de negócios para o transporte gratuito de órgãos no Brasil, já salvou 44 vidas em apenas seis meses de operação. Criada para enfrentar gargalos logísticos do sistema nacional de transplantes, a iniciativa realizou 36 voos solidários entre diferentes regiões do país, ampliando a agilidade e o alcance no transporte de órgãos vitais.
Com uma frota privada superior a 10 mil aeronaves e acesso a mais de 3.500 municípios, a aviação de negócios se mostra decisiva diante das limitações da Força Aérea Brasileira (FAB) e das companhias aéreas comerciais, responsáveis tradicionais por esse tipo de transporte.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), entre 5% e 10% das doações deixam de ser realizadas devido a falhas na logística. Órgãos como corações e pulmões têm uma janela de apenas quatro horas entre a retirada e o transplante, o que exige um sistema de transporte ágil e confiável.
A proposta do TransplantAR é conectar operadores e proprietários de jatos e turboélices executivos dispostos a realizar voos gratuitos para atender demandas urgentes de transplantes.
Os resultados já demonstram impacto significativo. Em seis meses, a iniciativa transportou 32 corações, sete pulmões, quatro fígados e um pâncreas. Para efeito de comparação, no mesmo período, a FAB transportou 38 corações. A atuação do programa praticamente dobrou a capacidade nacional de transporte desse órgão específico.
O crescimento do TransplantAR foi impulsionado durante o Catarina Aviation Show 2025, principal evento da aviação executiva do país. Realizado pela JHSF em parceria com a NürnbergMesse Brasil e apresentado pelo Bradesco Global Private Bank, o evento rendeu à iniciativa 64 novas adesões de operadores e donos de aeronaves, além de prestadores de serviços voluntários.
Atualmente, quarenta proprietários de aeronaves já fazem parte da rede fixa de voluntários do programa.