IATA e ACI trabalham para que medidas de retorno das operações sejam universais e baseadas em protocolo padrão
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 26/05/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h19
Temor do setor que países adotem modelos próprios que possam inviabilizar a retomada da aviação globalmente
A IATA e o Conselho Internacional de Aeroportos (ACI, na sigla em inglês), trabalham para que os governos adotem medidas relacionadas à Covid-19 para aeroportos e empresas aéreas sejam baseadas em evidências científicas e consistentes em todo o mundo.
O objetivo é criar uma estratégia conjunta para uma abordagem em camadas para minimizar o risco de transmissão da doença nos aeroportos e a bordo das aeronaves, ao mesmo tempo que estabelece um caminho para a retomada do setor da aviação.
As entidades afirmam que a retomada e recuperação de forma equilibrada e eficaz dependem da colaboração entre os grupos que fazem parte do ecossistema global da aviação. O documento Safely Restarting Aviation - ACI and IATA Joint Approach (Retomada da aviação com segurança), estabelece procedimentos para criar um roteiro conjunto entre empresas aéreas e aeroportos para a retomada das operações, garantindo aos viajantes que a saúde e a segurança continuam suas principais prioridades.
"É fundamental restabelecer a conectividade aérea para retomar a economia global e reconectar as pessoas. Nossa abordagem em camadas com medidas recomendadas por aeroportos e empresas aéreas protege a saúde pública, oferecendo uma abordagem prática para uma retomada gradual das operações”, comentou Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA. “Estamos trabalhando continuamente com os governos para garantir que as medidas implementadas sejam tomadas de maneira consistente, baseadas em evidências científicas. Isso é essencial para recuperar a confiança pública e garantir os benefícios da retomada com segurança do setor da aviação”.
A estratégia conjunta propõe que as medidas sejam globalmente consistentes e sujeitas à revisão contínua visando atualizações constantes, inclusive com remoção de barreiras quando não forem mais necessárias, garantindo assim uma recuperação uniforme em todo o mundo.
O tema tem sido debatido pelas entidades desde o início da pandemia, alertando a necessidade de um protocolo padrão em todo o mundo, evitando a criação de regras e protocolos conflitantes e que possam comprometer a aviação.
"Aeroportos e empresas aéreas se uniram à OACI e ao setor da aviação em geral para enfrentar o maior desafio da aviação comercial, que é retomar as atividades globais e prevenir a expansão da Covid-19", disse Angela Gittens, diretora geral da ACI. "Atualmente, não existe uma medida única para reduzir todos os riscos envolvidos na retomada das viagens aéreas, mas acreditamos que uma abordagem globalmente consistente e baseada em resultados é a maneira mais eficaz de encontrar um equilíbrio entre reduzir riscos, abrir as economias e permitir viagens".
A ACI e a IATA fazem parte da chamada força-tarefa de recuperação da aviação pós-crise da covid-19 (CART, na sigla em inglês), liderada pelo Conselho da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO), entidade vinculada a ONU. A CART permite a colaboração entre governos e também entre o setor e respectivos governos, para garantir uma consistência das medidas fundamentais para restabelecer a conectividade aérea e a confiança dos passageiros nas viagens aéreas.