Autoridade ucraniana diz que Antonov An-225 pode ter sido destruído em ataque

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O maior avião do mundo, o Antonov An-225 Mriya, pode ter sido destruído em ataque russo ao aeroporto de Hostomel, nos arredores de Kiev.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou em sua conta no Twitter que as forças russas destruíram o An-225, o maior avião em operação no mundo.

Na postagem de Kuleba de hoje (27) foi dito que, apesar de o An-225 Mriya ter sido destruído, os russos “nunca poderão destruir o nosso sonho de um Estado europeu forte, livre e democrático. Vamos prevalecer!”.

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Imagens divulgadas mostram o hangar em chamas,  o ficava estacionado o An-225. Ainda que seja difícil de obter uma confirmação da destruição do avião, a última informação era que o gigante estava naquela posição desde o dia 5 de fevereiro.

A Antonov Company, em nota divulgada no twitter, disse que "até que o Mriya seja inspecionado, não podemos confirmar sobre a condição técnica da aeronave".

Desde o início da invasão russa na Ucrânia, na quinta feira (24), a integridade do grande avião foi questionada. Ainda mais por ataques de forças russas ao aeroporto de Hostomel, base para os grandes aviões da Antonov Airlines.

A localização do aeroporto é estratégica devido a sua proximidade com Kiev. Os militares russos podem utilizar Hostomel  como base avançada para recebimento de mais tropas e equipamentos. Por ora, a invasão da sede do governo da Ucrânia é um dos principais objetivos dos militares de Moscou.

O icônico An-225 Mriya

A importância do avião é tão grande quanto o seu porte, tendo em vista que o An-225 é o único exemplar da aeronave que faz um papel primordial para transporte de cargas ultrapesadas. O avião pode decolar com peso máximo de 600 toneladas e uma capacidade cúbica sem igual no mercado. Além disso, seus irmãos "menores" An-124 também são amplamente utilizados em transportes especiais, normalmente de cargas indivisíveis ou com peso elevado.

O Antonov An-225 foi criado ainda durante a Guerra Fria. Embora o An-124 pudesse transportar o Buran, o ônibus espacial soviético, as autoridades optaram por um avião ainda maior. O objetivo era também ampliar a capacidade de transporte de armas nucleares de grande porte e foguetes balísticos. Na ocasião, os soviéticos tinham certeza que o programa do Ônibus Espacial (STS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos era na verdade uma arma de guerra e espionagem.

Após o colapso da Guerra Fria, o An-225 ficou abandonado por cerca de dez anos. O Myria tem uma envergadura de 88 metros, um comprimento de 84 metros e um peso máximo de decolagem de 600 toneladas, sendo que pode levar cargas de até 250 toneladas.

An-225 na América Latina

Considerado uma maravilhosa peça de engenharia, o An-225 voa apenas quando algum frete especial exige sua imensa capacidade de carga. O gigante só operou na América do Sul em algumas ocasiões e transportando cargas especiais.

A primeira vez que o “Mriya” pousou em solo sul americano foi no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando em fevereiro de 2010 trouxe equipamentos para a Petrobras. Uma operação épica que atraiu centenas de fãs da aviação.

Depois, em 2016, voltou ao Brasil para buscar um gerador de 150 toneladas, cujo destino final foi Santiago do Chile.

O Chile ainda recebeu outra visita do An-225 em 2018, quando desembarcou na cidade de Iquique um grande transformador que teve como destino final uma usina termelétrica na cidade de Chimore, na Bolívia. A carga pesava 160 toneladas.

Essas foram as poucas vezes que o serviço do gigante dos céus foi exigido na América do Sul. Seus irmãos menores, o An-124 são presenças constantes em todo o continente americano há vários anos.

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