Aeroporto de Congonhas terá ajustes nas operações de aviões executivos

Aena solicitou à ANAC que aviões executivos operem apenas na pista auxiliar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo

Por Wesley Lichmann Publicado em 05/11/2023, às 14h00

Mais de 600 voos diários são realizados em Congonhas - DECEA

O aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul de São Paulo, vai reduzir as operações de aviões executivos na pista principal, depois de três incidentes ocorridos durante a última semana, causando o cancelamento de 85 voos e quatorze desvios para outras localidades.

A Aena Brasil, administradora de Congonhas, solicitou à Agênc85ia Nacional de Aviação Civil (ANAC), que os pousos e decolagens de aviões de pequeno e médio porte sejam realizados na pista auxiliar do aeroporto.

A medida visa reduzir riscos, aumentar a segurança e melhora a eficiência operacional da pista 17R-35L, que será usada pela aviação comercial e por aviões executivos de grande porte.

Jatos com envergadura inferior a 21 metros, como por exemplo versões do Cessna Citation, Phenom e Praetor da Embraer, variantes da linha Falcon, turboélices e aeronaves a pistão de uso privado, poderiam utilizar apenas a pista auxiliar 17L-35R, exceto em condições metereológicas desfavoráveis.

Com 1.495 metros de comprimento e 45 de largura, a administradora afirma que "a pista auxiliar, tem total capacidade para receber esse tipo de aeronave em segurança".

Disposição das pistas de Congonhas - DECEA

A concessionária diz que está conversando e reunindo esforços com todos os agentes e atores interessados em aprimorar as operações do terminal central da capital paulista.

"A Aena entende que há espaço para manter tanto a aviação comercial quanto a aviação executiva em operação no aeroporto de Congonhas. No entanto, alguns ajustes operacionais são necessários", disse a empresa em comunicado.

Três incidentes com aviões privados suspenderam as operações do aeroporto durante a semana, provocando atrasos e cancelamentos de dezenas de voos comerciais, afetando diretamente parte da malha aérea do país.

O último deles ocorreu na sexta-feira (3), após um Cessna Citation 525C, matrícula PR-NJR, derrapar durante aterrissagem na pista 35L. Dois dias antes, um Piper PA-42 Cheyenne, PR-BZZ, colapsou o trem de pouso.

No domingo passado, um Cirrus Vision Jet G2 teve um de seus pneus furados na mesma pista. Nas três ocorrências, nenhum ferimento foi relatado entre os ocupantes.

A Aena assumiu o aeroporto de Congonhas no dia 17 de outubro. A empresa espanhola vai investir cerca de R$ 3 bilhões em melhorias, incluindo a construção de um novo terminal de passageiros com capacidade para 35 milhões de passageiros, com previsão de entrega em 2018.

Entre janeiro a setembro de 2023, o terminal paulistano movimentou 16.245.482 passageiros, o equivalente a 96,8% dos níveis de 2019, ano pré-crise sanitária.

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