EA-18G da marinha ficou danificado após acidente com o F-35C no porta-aviões USS Carl Vision
Por André Magalhães Publicado em 19/04/2022, às 13h55
No dia 14 de janeiro, um F-35C Lightning II da marinha dos Estados Unidos (US Navy) se chocou com convés de voo do porta-aviões USS Carl Vinson (CVN 70). Agora, os militares norte-americanos confirmaram que um caça EA-18G Growler (versão do Super Hornet de guerra eletrônica) ficou danificado no acidente.
A moderna aeronave bateu no convoo do navio e caiu no Mar da China Meridional. A embarcação estava conduzindo exercícios de rotina na região quando o caça de quinta geração sofreu o acidente.
O piloto da aeronave conseguiu ejetar em segurança, mas outros seis marinheiros tiveram ferimentos diversos e foram levados ao hospital do próprio navio.
De acordo com informações do Comando de Aviação Naval, a parte da fuselagem traseira foi danificada (foto acima), sem representar, em princípio, avarias graves e permitindo o reparo do caça a bordo do próprio porta-aviões.
“Precisaremos fazer uma inspeção não destrutiva (NDI, na sigla inglês) da estrutura da fuselagem para verificar se não há rachaduras, recolocar as partes e colocar o estabilizador vertical novamente”, disse Ehren Terbeek, gerente do programa F/A-18 Legacy e E/F.
F-35C ramp strike on the USS Carl Vinson pic.twitter.com/dadOzzIvgO
— OSINTtechnical (@Osinttechnical) February 6, 2022
Um dos temores é que os danos internos sejam mais graves que visualmente aparentam, o que exigiria maior tempo para restauro e custos maiores. “O plano de reparo é remover o estabilizador e depois remover as 'chapas' de S9 e S10 [seções da estrutura]. Vamos substituir a S9 e esperamos salvar a S10 após avaliá-la com uma NDI”, disse Terbeek.
Em um vídeo divulgado à época do acidente é possível ver o momento em que o F-35C se choca com o convés do USS Carl Vinson.
Na gravação é possível escutar a comunicação do Landing Signal Officer (LSO, na sigla em inglês), militar responsável por fornecer informações de altitude e velocidade aos pilotos que estão pousando e o piloto do avião acidentado. Em determinado momento, o LSO começa a pedir para o aviador arremeter e dar potência nos motores.
O tempo de reação do piloto ao receber a informação, somado ao tempo que o motor a jato leva para gerar novo ganho de potência, o avião não teve tempo para arremeter e bateu na pista do navio. Ainda que tenha envolvido um caça de última geração, este tipo de acidente ainda é usual em operações embarcadas. A maior parte das marinhas que utilizam porta-aviões trabalham para mitigar os riscos de acidente, que são elevados em qualquer operação envolvendo aeronaves e navios.