Conheça a história de grandes companhias encerraram suas atividades em dezembro
Marcel Cardoso e Edmundo Ubiratan Publicado em 04/12/2021, às 12h05 - Atualizado às 16h03
A Pan Am deixou de voar após longos anos com crises financeiras. | Foto: Aero Icarus.
O mês de dezembro foi marcado na história pelo do fim de algumas das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos e do Brasil.
Em 3 de dezembro de 1991, a norte-americana Pan American World Airways, conhecida pela sigla Pan Am, anunciava o fim de suas atividades. No dia seguinte, após depois de 64 anos, a outrora gigante Pan Am realizava seu último voo.
Meses antes a empresa havia entrado no Capíulo 11 da lei da falências dos Estados Unidos, visando solucionar anos de dificuldades financeiras que começaram com a desaceleração econômica imposta pela crise do petróleo, no início dos anos 1970 e foram agravadas na década seguinte. Na época, a companhia foi na contramão do mercado e fez investimentos na aquisição de novas aeronaves que viriam a atender uma demanda incipiente para o momento. O caso mais simbólico foi a grande encomenda para o Boeing 747, projetando uma demanda que só seria confirmada quase vinte anos depois.
Em março de 1990, pouco mais de um ano antes de seu fim, a Pan Am tinha uma frota de mais de 150 aeronaves da Airbus, Boeing, ATR e de Havilland Canada.
Exatos dez anos depois, foi a vez da Transbrasil sucumbir ao realizar seu último voo em 3 de dezembro de 2001.
Depois de mais de 45 anos de operações e uma grave crise financeira que se arrastava desde a década de 1980, a empresa mais colorida do Brasil vinha sofrendo com a concorrência, anos de admistração falha, a desvalorização do Real e os atentados de 11 de setembro.
Apesar de sua crescente participação no mercado, a Transbrasil chegou a sofrer intervenção federal tamanho seus problemas. Mesmo tendo recebido uma importante indenização relacionado ao congelamento tarifário nos anos 1980, a empresa não apresentava condições financeiras de continuar seguindo seu caminho.
O aumento de custos operacionais, especialmente nas rotas internacionais, fizeram com que a Transbrasil não honrasse seus compromissos com fornecedores, até sofrer com a falta de abastecimento de combustível no final de 2001. O último voo ocorreu em 3 de dezembro de 2001, com a promessa de ser uma pausa temporária nas operações. A Transbrasil jamais voltou a voar.
A publicidade da Transbrasil no final da década de 1990 ressaltava a qualidade de seus serviços
Nos últimos 20 anos de atividades, a Transbrasil chegou a ter mais de 30 aviões em sua frota, todos da Boeing.
No dia 1º de dezembro de 2001, quase dez anos após a rival Pan Am suspender suas atividades, a Trans World Airlines (TWA) realizou o seu último voo, após ser integralmente absorvida pela American Airlines.
A empresa que por várias décadas rivalizou com a Pan Am pela supremacia dos voos internacionais nos Estados Unidos, se destacava por sua ampla malha doméstica e por estar sempre na vanguarda da tecnologia. A TWA foi responsável pelo lançamento do lendário Lockheed Constellation, apoiou o desenvolvimento do Convair 880, ajudou a popularizar o transporte aéreo a jato, entre outros.
Por vários anos a TWA esteve sob comando do também lendário Haowrd Hughes, na época um dos homens mais ricos do mundo, além de um dos mais problemáticos. De uma personalidade forte, sofrendo de uma grave síndrome transtorno obsessivo-compulsivo, Hughes administrou sua vida pessoal por pensamentos e medos irracionais, mas manteve a frente da TWA grandes nomes do setor. Com o agaravamento da sua saúde e dos negócios, Hughes vendeu a TWA que se viu sem bilhões de dólares em lastro em um momento de incerteza no mundo.
Os anos 1970 foram marcados por grandes saltos e problemas, agravados ainda mais na década seguinte. Com uma frota envelhecida, serviços precários, restava sua malha de rotas. A American Airlines aceitou a oferta para absorver a totalidade da TWA, o que ocorreu em 2001.