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Jeppesen Mobile Flight Deck

Mais completo, o novo APP oferece cartas de rota e arquivos da primeira parte da versão em papel do Manual Jeppesen indisponíveis no Mobile TC


A evolução dos aplicativos aeronáuticos para iPad não para. Poucos meses depois de lançar o Mobile TC (Terminal Charts), a Jeppesen coloca no mercado uma versão ainda mais completa, a Mobile Flight Deck. Agora, além das cartas de aproximação, o piloto conta com as cartas de rota e os arquivos de texto da primeira parte da versão em papel do Manual Jeppesen, indisponíveis na versão Mobile TC.

O software é gratuito. Para baixá-lo, basta acessar o iTunes ou a Apple Store. Mas para obter as informações das cartas de terminal e de rota, o usuário precisa de um código de uso, fornecido pela Jeppesen apenas para os assinantes dos manuais eletrônicos. Essas assinaturas são anuais e custam US$ 295.00 para a cobertura do Brasil e US$ 633.00 para a cobertura de toda a América do Sul.

Como usar
Depois de instalar o Jeppesen Mobile Flight Deck no iPad, carregue seu código de usuário e baixe da internet o pacote de cobertura de sua assinatura. Os bancos de dados são divididos em três partes: Cartas de Terminal (Aproximação, Saída - SID e Chegada - STAR), Cartas de Rota e Manuais de Texto. Após a conclusão do download, o aplicativo está pronto para ser usado.

Nessa nova versão, é possível visualizar as cartas de rota em uma identidade visual parecida com a do FlightStar, software de planejamento de voo da Jeppesen que roda em PC. Para facilitar a localização da rota, abra uma janela onde é possível inserir os aeroportos de origem e de destino e até dois aeroportos alternativos. No campo da direita, você pode colocar os fixos e as aerovias da rota. Isso permite ao programa não apenas marcar na carta, em azul, a rota proposta - o que facilita sua localização durante o voo -, mas também separar notas e informações importantes referentes aos espaços aéreos que serão acessados durante o voo.

Senti muita falta dos quadros com as informações de frequência dos órgãos de controle, os "comm box", presentes nas cartas de rota em papel. A falta dessa informação ainda torna as cartas de papel úteis. Acredito que, quando essa questão for solucionada, a função dos dados impressos se reduzirá a mero backup.

O piloto pode selecionar quaisquer informações que precise visualizar no mapa, tais como aeroportos, aerovias, rádios-auxílio, espaços aéreos e imagens do terreno. Detalhe: podemos selecionar os espaços aéreos de alta e de baixa. A escala da carta fica no canto inferior direito da tela e, a qualquer momento, podemos buscar informações de aeroportos, rádios-auxílio e fixos na função "Search", o que acelera bastante o processo de consulta. Para evitar o ofuscamento, principalmente em voos noturnos, reduza o brilho da tela.

É possível conectar seu iPad a um GPS Bluethooth para obter a posição presente e o curso do voo. A orientação da carta de rota pode ser para o norte, como no papel, ou pelo curso do voo, quando essa informação estiver disponível via GPS. O sistema de posicionamento só plota a posição da aeronave nas cartas de rota: essa função não está disponível nas cartas de aproximação, de aeroporto e georreferenciadas. Esse recurso seria bastante útil, por exemplo, para ajudar no táxi em aeroportos maiores.

Para facilitar nossa vida, o programa já separa as cartas dos aeroportos de origem, de destino e alternativos quando inserimos as informações do voo. Você pode tocar na imagem do avião no canto inferior esquerdo da tela, a qualquer momento, para obter os "route airports" já separados. Acessando um aeroporto, dá para marcar as cartas que serão usadas tocando sobre uma estrela que fica na coluna da esquerda da lista de cartas. Assim, podemos ir direto para a função "Favoritos" do menu. Lá essas cartas estarão separadas. O aplicativo também oferece a função "Grupos". Nela o programa separa as cartas por tipo: Referência, STAR, Aproximação, Táxi e SID.

Outra diferença da nova versão é a presença dos arquivos de texto do Manual Jeppesen, que oferecem todas as informações gerais sobre o manual e também as informações específicas de cada espaço aéreo. A consulta desses arquivos deve ser feita pelo link de um programa capaz de ler arquivos em formato PDF, fazendo com que a busca de informações seja bastante similar à de um e-book.

Conclusões
O novo software para iPad da Jeppesen representa realmente uma ajuda e tanto para os pilotos. Ele é simples de ser manuseado e tem como plataforma um aparelho (o iPad) que ocupa pouco espaço na cabine e tem uma bateria bastante duradoura - com as informações do GPS externo, o equipamento passa a funcionar como um MFD (Multi-Function Display).

É Importante lembrar, porém, que ainda não há legislação para EFB (Eletronic Flight Bag) no Brasil, o que significa que o uso desse software não está coberto por nossas leis aeronáuticas. Portanto, a utilização de manuais atualizados em papel ainda é mandatória. O iPad também não recebeu aprovação da autoridade brasileira para ser usado como equipamento aeronáutico, a exemplo do que o FAA fez para a Executive Jet Management.

A referência internacional para o uso de EFB é a AC número 120-76A do FAA. Resta aguardar o pronunciamento das autoridades brasileiras sobre o assunto, considerando que várias aeronaves vêm sendo certificadas com sistemas de Paper Less Cockpit e nossas companhias aéreas já estudam seriamente a aplicação de soluções EFB para suas aeronaves.

Daniel Torelli
Publicado em 13/09/2011, às 06h35 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45


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